Embora a série britânica Skins complete dez anos de sua estreia em 2017, seus temas permanecem aplicáveis aos adolescentes até hoje. O seriado acompanhou três grupos de jovens (um a cada duas temporadas) no hedonismo de suas festas e vidas conturbadas, dando aos espectadores sete anos de emoções conflitantes. Como é de se esperar, a primeira reação a série foi de muitíssimas críticas, já que criara um medo de que fossem realizadas festas aos moldes das retratadas nela.

Contrastando com os seriados da época, como Gilmore Girls e One Tree HillSkins conseguiu representar até o lado mais mascarado da adolescência. Os demais seriados dos meados dos anos 2000 ignoravam grande parte dos problemas com os quais adolescentes de fato têm de lidar. Por exemplo, ao mesmo tempo em que um dos protagonistas de Skins, Cassie, possuía um distúrbio alimentar que a acompanhou durante todo seu período na série, o máximo que essa questão recebia de visibilidade nesse período era em episódios únicos, nos quais a cura era o desfecho natural e depois daquela meia hora nunca mais tocava-se no assunto.

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Além disso, Skins fugia de finais fechados tanto para as personagens, quanto para os próprios episódios. Sendo mais realista que a maioria de seus contemporâneos produtos para adolescentes, a série deixava os desfechos de suas histórias em aberto para a interpretação dos espectadores.

Skins terminou em 2013, mas iniciou uma tendência de retratos cada vez mais realistas na televisão, como Girls, de Lena Dunham, e Love, de Judd Apatow, que focam no cotidiano e em personagens repletos de defeitos. Distúrbios mentais passam a ser mais retratados, com o importantíssimo legado de Skins de que a recuperação deles muitas vezes não é fácil, e não há problema com isso.

De grão em grão, tanto bate até que fura.