unnamedEsse ano o Brasil ganhou seu primeiro Grand Prix na categoria Film com a campanha “100” da Leica, que homenageia fotos icônicas.

Criado pela F/Nazca Saatchi & Saatchi, produzido pela Stink e com fotografia de Bjorn Charpentier, o filme mostra a importância da marca para a história da fotografia, já que tirou o fotografo e a câmera do estúdio, fazendo com que todas essas fotos fossem possíveis.

Os diretores responsáveis foram Jones e Tino, que trabalhavam como uma dupla de criação para a agência, mas saíram para se dedicarem a carreira de diretores, e tornaram reconhecidos por outros trabalhos como “Addiction” para a Nike e “Everything for Football” da Coca Cola.

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Na Photo Image desse ano, os diretores deram uma palestra sobre o filme, suas trajetórias e como nem sempre o que você planeja estará presente no trabalho final.

A ideia inicial para o vídeo da Leica não foi diferente. A primeira proposta era celebrar os cem anos com 100 fotografias em 100 segundos dentro de um teatro, mas com a transferência para locações externas e apenas duas diárias para a realização de todo o filme a centena de imagens rapidamente se reduziu à 37.

Até a tarefa de escolher tais imagens foi um desafio: além de terem toda a história da fotografia como universo de escolha, a responsabilidade de homenagear os fotógrafos de uma maneira profissional era intimidadora para a dupla e foi uma das razões das fotos não serem reproduzidas, mas sim terem sido representadas através de sua essência.

Transformar imagens estáticas em movimento foi outro ponto apresentado por eles durante a palestra, já que a fotografia e o cinema se diferem muito, principalmente pela solidão do fotógrafo, que traz a essência buscada pela pessoa atrás da câmera, e é perdida em uma produção que envolva as opiniões e predileções de muitas pessoas. Ainda sobre os diversos pontos de vista e interesses presentes no set, Jones e Tino comentaram que é importante saber quando desistir de um ideia, lutar por ela ou altera-la.

E foi assim que dois diretores brasileiros, de uma produtora britânica, e um fotógrafo alemão filmaram, no Uruguai, a campanha da marca alemã que deu ao Brasil seu primeiro Grand Prix, depois de 62 anos.

A menina que não sabe o que escrever.