Sinapse por Christian Michelassi, 16/12/2009.
Tem rodado pela web esse vídeo que é série de entrevistas com algumas crianças que nasceram no ano 2000. A eles são feitas algumas perguntas sobre o que aconteceu nessa década e principalmente fatos contemporâneos.
The decade according to 9-year-olds from allison louie-garcia on Vimeo.
Muito foi comentado de que essas crianças tem uma referência de mundo muito superficial e surpreendentemente recente. Nem mesmo uma música das mais antigas da Britney Spears, que nem é tão velha assim (Baby one more time é de 1998) é conhecida pelos entrevistados. E quando perguntado qual foi o acontecimento mais marcante de suas vidas a resposta foi: A morte do Michael Jackson.
Em um primeiro e prematuro julgamento, dá para falar muito dessas crianças: são alienadas, tem um conhecimento geral muito superficial e ignoram os fatos do passado. E principalmente, se você foir um anti-americano, dá para falar que os americanos só pensam no que acontece em seu próprio país.
Porém e um muito porém, já parou para pensar que se essa mesma pergunta fosse feita para cada geração a resposta seguiria o mesmo padrão? As crianças não tem a obrigação de saber o que aconteceu no passado, até porque não estavam aqui (duh!).
Se fôssemos pensar na resposta de a morte do Michael Jackson ser o fato mais importante que aconteceu para eles, esbarramos naquele conceito de agenda setting. O que está na boca do povo é o que está na mídia e por conseqüência, o que as crianças sabem é o que é discutido pelas pessoas que estão a sua volta, as quais são influenciadas pelo agenda setting.
O mais importante desse vídeo não é ver o qual superficial é seu conhecimento. Mas principalmente entender suas referências: para eles usar a internet, assistir a um vídeo no Youtube ou ouvir música no iPod é a coisa mais normal, assim como para mim, quando criança, vinil era coisa da época da minha mãe.
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