The Beatles Newronio

Foi anunciado que em setembro de 2009 começará um curso de Beatles. Quê?? Um curso sobre os Beatles?? Isso mesmo. Com o título de “Os Beatles, a música Pop e a Sociedade”, o curso começará em setembro na Liverpool Hope University, Inglaterra, e terá um ano de duração. Não consegui encontrar muitas informações sobre o tema, mas em todos sites que noticiaram havia os dizeres de Mike Brocken…

 

 

 

… chefe do departamento de música popular da universidade: “foram escritos mais de oito mil livros sobre os Beatles, mas não houve até agora um estudo acadêmico sério”, e acrescenta “Os Beatles tiveram uma enorme influência sobre a sociedade e não só com sua música, mas também através da moda” em entrevista ao jornal “The Daily Telegraph”.

Dizer que a banda marcou a história da música criando um antes e “depois”, é uma coisa óbvia. Dizer que ela influenciou o comportamento dos jovens, inspirou sonhos e reforçou ideais, mais ainda. Agora, mercadologicamente, os Beatles são um “produto” que se desdobrou demais, isso é, que gerou diversos outros derivados, e esse curso reforça essa afirmação. Como citado sobre Watchmen, todo um universo é criado em volta de um tema específico, transformando-o em algo maior e que é submetido a vários pontos de vista. O que os formados em Beatles poderão fazer com os conhecimentos adquiridos? Desde tentar lançar novos produtos relacionados a esse universo (que, ao que tudo indica, sempre existirá com força singular) até agregar conhecimento em sua bagagem cultural para entender melhor o panorama pop, musical, social, enfim, falar de um tema específico muitas vezes é entender sobre todo o resto.

No Brasil, temos o Instituto Wanderley Luxemburgo de Futebol, com cursos de foco esportivo, por exemplo. Há temas como Gestão, Legislação e Direito Desportivo; Administração do Treinamento de Atletas; Futebol: Gestão Técnica e Tática; Gestão e Marketing Esportivo; e Gestão de Academias, Fitness e Wellness (fonte: iG). Tiramos disso tudo a presença de cursos cada vez mais específicos, ligados a temas que poderiam ser considerados secundários, como Beatles e Futebol, encontrando espaço para serem devidamente estudados por pessoas realmente interessadas.

Fazer uma busca na internet é basicamente isso, ninguém mais precisa ter uma enciclopédia de ponta e atualizada em casa, pois pode encontrar a informação pontual e específica que precisa na rede – nunca descartando os colecionadores e afins, cada vez mais um nicho de mercado. Ou quando recebemos uma mala direta em casa: só prestamos atenção quando a comunicação é especificamente dirigida a nós, que conste no mínimo nosso nome “apelidado” nela, ou que tenha algum assunto que seja extremamente interessante. Junto com essa tentativa de fuga da massificação encontramos ainda o DIY. Enfim, as pessoas cada vez mais ganham uma significação maior perante as empresas que, ao tentar “satisfazer suas necessidades de forma lucrativa”, encontram necessidades cada vez mais exigentes. Essa tendência  da “personalização”,  de cada um ter acesso a assuntos de interesse, está cada vez mais palpável, seja pela facilitadora internet, seja pelo esgotamento do clássico e necessidade de diferenciação para o novo.

Pedro Hutsch Balboni, 13/04/2009, às 17h30

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