Em 16 de dezembro de 1917 nascia, no sudoeste da Inglaterra, Sir Arthur Charles Clarke que seria um dos pilares da literatura de ficção cientifica e um visionário no campo das telecomunicações.

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Desde pequeno Clarke tinha interesse pela astronomia o que o fez mudar para Londres e se associar ao British Interplanetary Society (BIS), onde começou a escrever sobre ficção científica. Ele voltou a Londres em 1946, depois de servir Força Aérea Real Britânica, assumindo a presidência da organização.

Em 1945, Arthur escreveu o artigo “Extraterrestrial Relays” no qual previu a criação de um sistema de comunicação por meio de satélites geoestacionários e, até hoje a órbita desses satélites é chamada de Órbita de Clarke.

Onze anos depois, o autor se mudou para o Sri Lanka para praticar mergulho, que segundo ele, era o mais próximo que se conseguiria da sensação de falta de gravidade, e em um desses mergulhos, acompanhado do fotógrafo Mike Wilson, Clarke descobriu algumas ruínas do templo Koneswaram, construído no século VII. O autor conseguiu o status de residente em 75 e ficou no país até 2008, o ano de sua morte.

Em 1998, sua nomeação a Sir já havia sido anunciada, porém foi atrasada a pedido do autor, por causa de uma acusação de pedofilia do jornal Sunday Mirror. Quando as acusações foram retiradas pela falta de provas, Clarke decidiu não processar o jornal e foi devidamente nomeado cavalheiro em 2000.

O autor foi homenageado dando seu nome a uma espécie de dinossauro, um asteroide, um fenômeno astronômico ocorrido em 2008 e alguns prêmios, incluindo o prêmio Achievements in Space da BIS.

A seguir, algumas obras de Arthur C. Clarke:

O Fim da Infância (1953)

O quinto romance do autor traz um dos temas mais recorrentes na ficção científica: a invasão alienígena e a dominação da raça humana pelos invasores.

O livro gira em torno do governo pacífico instalado pelos Senhores Supremos, os misteriosos seres que chegaram à Terra em plena Guerra Fria. Apesar das profundas mudanças feitas na sociedade que melhoram a qualidade de vida – como a criação do Estado Mundial, a abolição das forças armadas e a passagem de toda produção de bens e serviços para as máquinas – os mistérios que os novos governantes carregam geram focos de resistência.

“Qual sua verdadeira forma?” “Por que a exploração espacial não é permitida?” “Quais são seus reais objetivos?” São perguntas que seguem o leitor até o fim do livro.

A ideia começou com o conto “Guardian Angel” de 1946 que ele então transformou em um romance e depois incorporou a primeira parte do livro.

Além de ser considerado um clássico no tema e ter sido nomeado ao Retro Hugo Award for Best Novel em 2004, o livro é até hoje um dos favoritos do público, crítica e do próprio autor.

Encontro com Rama (1973)

O livro começa em 2077, quando um asteroide atinge a Itália, causando um grande desastre e fazendo com que o governo da Terra criasse um sistema de guarda espacial que avisasse a chegada de objetos do espaço com antecedência. Em 2131 um asteroide é detectado fora da orbita de Júpiter. Uma sonda espacial é enviada para a lua Phobos, de Marte, para tirar fotos do objeto. As imagens revelam um cilindro perfeito de diâmetro igual a 20 km e comprimento de 54 km e a missão Endeavour é mandada à nave para investigar.

O romance é seguido por “O Enigma de Rama”, “O Jardim de Rama” e “A Revelação de Rama”, os três co-escritos por Gentry Lee, que escreveu mais dois livros dentro do mesmo universo.

2001: Uma Odisseia no Espaço (1968)

O livro de Clarke foi desenvolvido simultaneamente ao roteiro do filme de Stanley Kubrick. Os dois trocavam ideias e opiniões durante o trabalho e era a intenção de Arthur creditar Kubrick como co-autor, porém o diretor não autorizou a utilização de seu nome. A história é baseada no conto “The Sentinel” de 1948 e é considerada até hoje uma das melhores do gênero de ficção cientifica. O livro é tido como um dos melhores do autor e o filme foi consagrado com 4 nomeações ao Oscar e considerado culturalmente, historicamente e esteticamente relevantes para a Biblioteca do Congresso e foi selecionado para preservação no National Film Regestry.

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E se você alguma vez se perguntou de onde veio HAL, ele é uma referência indireta a IBM, sendo cada letra a anterior as da gigante da tecnologia.

A menina que não sabe o que escrever.