Sinapse por Christian Michelassi, 03/05/09
Já diriam os baianos: Cada um no seu quadrado. E é isso que a gente tem visto por aí: Ninguém conversa com ninguém, todos de cara fechada, ouvindo seus MP3s importados da China e pensando no check list do dia. Todas essas coisas que eu vejo pelas ruas de São Paulo me faz lembrar de como estamos individualista e frios (Ainda mais hoje) com o outro.
Mas contrariando essa frieza, esses dias tive uma surpresa agradável. Passando pela frente da Estação da Luz, ouvi um barulho de piano saindo lá de dentro. Entrei e realmente tinha alguém tocando o piano. Era uma senhora que, tocando muito, emocionava a todos aqueles que estavam ali.
E aí veio a dúvida: Quem colocou aquele piano alí?
Na verdade ele não foi parar ali sem querer. Faz parte do projeto Street Piano: Play Me, I’m Yours que nasceu em Birminghan, Inglaterra em 2008 e em 2008 mesmo veio aqui para São Paulo e aqui se fixou. Com o apoio do Sesc e do fundo de arrecadação do projeto Pianos De Rua, foram distribuídos 13 pianos por alguns pontos de São Paulo para que aqueles que quisessem tocar pudessem expressar sua veia artística.
Fiquei ainda mais intrigado quando percebi que várias pessoas que passavam por alí tocaram. Pensei: “De repente o mundo todo aprendeu a tocar piano?”. Não, não é isso. A grande questão é que esquecemos de prestar atenção naquela moça que sentou ao lado no metrô ou na senhorinha que pegou a fila de idosos do banco. Não importa de onde você veio e quem você é, nas condições atuais, não conseguiremos extrair muita coisa do outro a não ser sua aparência.
Tendência? Não, isso já se tornou um comportamento nosso, mas vale muito a pena tentar inverter isso e colocar uma outra tendência, que poderia ser a de aproximar as pessoas, assim como faz esse projeto Pianos de Rua e tantos outros que promovem intervenções urbanas.
Opa, me tuíta! @Michelassi e @NewronioESPM
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