Sinapse por Christian Michelassi, 04/09/2009

Apple line Newronio

Lembram daquele primeiro commercial de um Apple? Aquele que mostra uma multidão assistindo passivamente a mensagem de um ditador? Se não, dá uma olhada aqui embaixo.

 

Pois é. O comercial é baseado no livro 1984, no qual o Grande Irmão é responsável pela lavagem cerebral na sociedade e controle de tudo o que acontece. No video da Apple, a garota entra e quebra a tela do monopolizador, abrindo espaço para o novo, nesse caso representando o computador da Apple.

Anos depois, temos um cenário bem diferente: Quem é que vem controlando o Mercado de consumo digital? Mr. Steve Jobs! O revolucionário se tornou o dominador. Mesmo que indiretamente, todos os consumidores digitais tem uma pegada de Apple. Claro que os supermercados não compram Mac para colocar nos caixas, mas as tendências no mercado digital são ditadas pela Apple. Vide a nova geração de computadores finos, precedidos pelo Macbook air ou a variedade de mp3 players, precedidos pelo iPod.

A imagem da Apple, apesar de algumas quedas (a saída de Steve Jobs, a quase falência) foi tão bem construída que levamos muito a sério o que Jobs diz e o que Jobs faz.

Eu sou um Mac fanboy, mas esse video aqui embaixo, mexeu a base do meu consumismo Apple. Dá uma olhada aqui:

 

 

Quem é o apresentador que fala nesse video? Ele é Jason Calacanis, co-fundador da Weblogs, Inc. empresa de hospedagem de blogs. Mesmo que fosse alguém sem um background digital, os argumentos que ele usa são aceitáveis. A Apple apareceu no mercado de hardware para combater a gigante Microsoft. Veni, vidi, vici. A Maçã pode não ser o líder no mercado de softwares, mas o sucesso dos Apple hardwares transcende os insiders da tecnologia. Milhões de pessoas, inclusive aquelas que não são do meio digital já tiveram algum contato com algum produto Apple. E claro que a experiência é totalmente diferente do que a Microsoft pode proporcionar. Apesar de todas essas críticas não podemos tirar o mérito da facilidade, usabilidade, design dos produtos da maçã. Esses produtos mudaram a maneira como o usuário interage com os gadgets: Multitouch, Finder, Click-Wheel, biblioteca de música organizada, entre tantos outros incrementos.

 

Mas a Apple merece tanto hype em torno dela?

 

Frenezi para adquirir:

Digo isso porque essa semana foi lançado aqui no Brasil o iPhone 3GS e um cliente da loja do Conjunto Nacional chegou as 5h40 da manhã para ser o primeiro a comprar. E nós sabemos que essa ansiedade para comprar um iPhone não chega nem perto daquela que aconteceu antes do lançamento do iPhone em 2007. Filas gigantescas, pessoas dormindo na fila, sol e chuva.

 

Preço:

Lá fora o iPhone é vendido de US$99 a US$299. Aqui no Brasil ele custará de R$399 na Claro a R$2.249 na TIM. O preço mais baixo vem junto com um plano da operadora de R$709, e o mais caro não está vinculado a nenhum plano.

O E71 da Nokia, que é um ótimo aparelho e tem muitas das funções que um iPhone tem custa de R$459 a R$1359. Ainda é caro, mas mesmo assim não chega ao absurdo que é o preço do iPhone.

E no final de tudo isso fica a dúvida: Vale mesmo a pena pagar esse preço todo pelo status que um produto da Apple proporciona. Sim, status, porque na verdade o preço que se paga não é pelo produto, cujos custos de produção são duvidosos, mas é o preço pago pelo direito de se apropriar do coolness que a Apple adquiriu ao longo do tempo e que faz com que nós fiquemos loucos por esses produtos.

 

Ah, e se você conseguiu chega até o fim desse post, o Newronio indica o documentário MacHeads, que mostra um pouco dessa perseguição pelos produtos da Apple.

 

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