A vida Portuguesa

By Marcela Alvarez

May 11, 2009

Em meio a tanta modernização não é de se estranhar o retorno de produtos com um ar antigo. Os consumidores veem nos produtos vintage um retorno à qualidade, à vida mais saudável, à época na qual tudo era mais natural e original. A era da obsolescência programada traz não só inovações tecnológicas com curto prazo de validade, mas também, a necessidade de produtos que sobrevivam ao passar do tempo, ou que tragam essa sensação.

 

Pensando nisso, Catarina Portas – jornalista portuguesa – começou uma investigação sobre os produtos antigos que eram vendidos no país – após identificá-los e se dar conta de que reunidos gerariam um acervo bastante variado, ela deu forma a uma idéia de negócio. Alguns destes produtos ainda possuíam sua embalagem original, outros foram fabricados especialmente para serem vendidos na sua loja, chamada A Vida Portuguesa. Para isso, foram feitos acordos com as indústrias que reativaram modos de produção já esquecidos.

No seu portfólio, estão produtos de cozinha (como azeite, chá, café), de banho (sabonetes, pastas, pincéis), de despensa (ceras e materiais para limpar metais), além de cadernos, cartas de baralho, brinquedos, azulejos e mais uma infinidade de mimos que chegam a ter sua origem a mais de 100 anos.

É óbvio que tanta exclusividade e nostalgia têm alto custo, mas o cliente da loja não está preocupado com isso. A felicidade de reviver momentos de seus avós ou matar a saudade de um produto que lembre a infância faz A Vida Portuguesa se manter viva e, até mesmo, ser eleita pela revista Time Out uma das dez lojas mais originais de Lisboa.

Produtos como Corn Flakes, cerveja Brahma, Coca-cola e até mesmo modelos recentes de automóveis entraram nessa onda vintage e resgataram inspiração no passado, entendendo que há valores muito atraentes ligados à memória afetiva das pessoas. A Vida Portuguesa, porém, não traz só a imagem, mas a sensação de que aqueles produtos realmente foram feitos da mesma forma de quando eram lançamentos – o que, muitas vezes, é verdade – reafirmando o valor das coisas antigas para novos consumidores.

Colaboração Talent Oxygen