#éoquetemprahj por Mariana Carvalho

Segundo um estudo realizado pelo Instituto Tendências Digitales, o Brasil é o país com um dos maiores índices de infidelidade do hemisfério Sul, 70% dos homens afirmam já ter traído uma namorada ou esposa, enquanto 60% das mulheres afirmam o mesmo. Só 10% de diferença. Só!? Contando que o Brasil tenha quase 192 milhões de habitantes, esse número não parece tão baixo assim.

Já havíamos falado aqui do Second Love, rede social holandesa que tinha como objetivo atrair pessoas casadas que queriam se relacionar virtualmente com muita discrição. Ok, há rede social pra tudo: professores, estudantes, geeks, comedores de pipoca com refrigerante, até asiáticos imigrantes no Oriente Médio admiradores de NxZero. Ok, mas redes sociais de traição!?

Muito comentado em sites e blogs, as “as redes sociais para trair” atraíram mais de 500.000 pessoas, só no Brasil! Só a Ashley Madison possui 1 milhão de brasileiros cadastrados na rede. Há uma reportagem interessante no G1 que vale a pena ler, com dados e estatísticas dessas redes sociais que crescem muito no Brasil, na mesma proporção que seus investimentos por aqui!

Mas, por aqui pergunto: até que ponto, para brasileiros em geral, nossas relações estão frágeis e diluídas? O espaço virtual é apenas mais um meio de ter um relacionamento extraconjugal, assim como o convívio via redes sociais: apenas mais um espaço para interagirmos com nossos amigos. Poderíamos nos relacionar em uma festa, em um bar, em uma reuniãozinha íntima. Mas as redes sociais e, principalmente, aquelas feitas “para trair” tem algo que só o espaço virtual pode oferecer: privacidade e discrição. Afinal, numa hora dessas é o que mais queremos. Sem preocupação de chegar em casa atrasado. Sem preocupação de chegar  em casa com mancha de batom no colarinho. Sem preocupação de esquecer de ir pra casa.

Uma traição virtual tem o mesmo peso (e a mesma dor, diga-se de passagem) que uma traição “normal”, foi o que li numa recente reportagem da revista Veja, e concordo, traição é traição, já dizia o poeta.

Não, as redes sociais não são as culpadas, nós é quem somos. Nós quem inventamos a traição, a poligamia. As redes sociais são apenas uma outra forma de fazê-la acontecer. Não é em um bar, em uma balada, em um motel. É ali, dentro da sua casa, na frente de uma tela 17′. As redes sociais e seus desenvolvedores, meu caro, foram apenas aqueles que escancaram na web o que os homens já fazem há séculos. Esses “desenvolvedores” viram um público em potencial: foram lá e fizeram.

É como já disse um amigo-professor: marketing não questiona, marketing entende e atende. Eles entenderam e estão atendendo (e muito bem atendendo) esse público, afinal, como já observou a pesquisa ali em cima: há, no Brasil, muitas pessoas atraídas por esses sites!

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