A Internet pode ser um lugar extremamente obscuro e excêntrico. O quanto que a cultura online vai moldar a sociedade e o quanto a sociedade é capaz de moldá-la é algo que ainda devemos examinar, mas agora que toda uma geração que cresceu com redes sociais e os mais diversos video-games chega a maioridade, vemos que algo em nós realmente mudou após nossa inserção no mundo virtual.

No primeiro projeto de Robert Mockler, Like Me, dirigido, editado e escrito pelo mesmo, é explorada a saga de uma jovem youtuber, Kyia, em uma série de deturpadas aventuras em prol de sua audiência digital.

Nunca no filme, Kyia, em momentos retratada como uma criança deslumbrada e em outros, como uma mulher já segura de sua sexualidade, parece um personagem totalmente realizado, uma vez que é, de acordo como diretor, uma metáfora para a solidão e o desejo de atenção que fomentam o uso do mundo virtual.

O filme de 80 minutos lançado no SXSW de 2017, conta com seu próprio estilo visual, com luzes neon, close-ups que chegam a ser desconfortáveis e a repetição de cenas, o que Mockler diz ser baseado no movimento dos GIFs, vistos no teaser abaixo.

De grão em grão, tanto bate até que fura.