Este texto significa muito para mim. Amo muitos artistas e já declarei neste blog meu amor por quase todos. Com esse texto, entretanto, meu objetivo é diferente: queria conseguir agradecer a Kacey Musgraves por suas músicas, e não há maneira melhor de fazer disso do que dedicando um espaço aqui a ela. Não estou em meu ponto mais alto no momento e as músicas dela me ofereceram muita companhia, então gostaria de explicar o que tem de tão encantador na arte produzida por essa cantora, para que outras pessoas consigam sentir não o mesmo, mas tanto quanto eu sinto ao escutar as músicas dela.
Para quem não conhece a Kacey, ela é uma cantora de 34 anos nascida em Golden, no Texas. A artista já lançou quatro álbuns de estúdio e dois comemorativos de Natal, sendo seu trabalho mais recente o álbum “star-crossed”, lançado no dia 10 de setembro. Como uma cantora de Folk e Country, amor é uma temática muito comum em suas canções e, apesar de todos os álbuns dela serem obras de arte, vim aqui falar sobre seu álbum mais aclamado e considerado “Best New Music” pela famosa Pitchfork: “Golden Hour”, vencedor de álbum do ano no Grammy Awards de 2019.
Lançado em 2018, o álbum fala sobre diferentes pontos de vista do amor com letras muito bem escritas e melodias tão lindas quanto. Uma Kacey apaixonada e recém-casada fala carinhosamente sobre amar alguém, sobre as incertezas prévias e a vivência de um relacionamento. Falar de amor não é algo novo, mas, de maneira inesperada, a cantora consegue exibir um ponto de vista único, otimista e inovador sobre esse tema quase que “manjado” hoje em dia. Algo que, ao meu ver, torna esse álbum um dos melhores que já escutei.
Um dos meus trechos favoritos de um livro chamado “Daisy Jones & The Six”, da autora Taylor Jenkins Reid, é um que diz: “É isso que todos querem da arte, não? Ver alguém expor os sentimentos que existem dentro de nós. Arrancar um pedaço do seu coração e mostrar para você. É como ser apresentado a uma nova faceta”. Para mim, é isso que esse álbum fez. Conseguiu colocar em músicas – atenção – *gritáveis no banho* e *dançáveis*, sentimentos completamente relacionáveis e exibí-las na minha cara, se tornando uma experiência de autoconhecimento. Tem como ficar melhor que isso?
A magia da música é o fato de cada pessoa atribuir um próprio significado aos sentimentos expostos por outra pessoa. Aqui, vou falar um pouco sobre como eu interpretei, mas cada um sente do seu jeito, e eu recomendo que todos passem por essa experiência de sua própria maneira.
A canção de “Golden Hour” que mais me marcou, com certeza, foi “Love Is A Wild Thing”. Com uma letra poética e muito bem escrita, Kacey mostra a loucura de se amar e nos diz que, quando menos esperamos, o amor aparece – e não tem muito como fugir disso. Além disso, ela descreve o sentimento da maneira mais country possível: “Running like a river trying to find the ocean; Flowers in the concrete; Climbing over fences, blooming in the shadows; Places that you can’t see; Coming through the melody when the night bird sings” (tradução: correndo como um rio tentando encontrar o oceano; flores no concreto; escalando cercas; florescendo nas sombras; lugares que você não consegue ver; chegando com a melodia quando o pássaro da noite canta) e eu acho isso lindo. Ela termina a música contando que aceitou o amor, já que não tem como fugir desse sentimento louco.
Outra canção que me marcou foi “Happy & Sad”. Com a melhor letra e a melhor mensagem do álbum inteiro, a cantora procura uma palavra que defina a dualidade dos sentimentos durante um relacionamento. Como pode alguém se sentir tão feliz, mas, ao mesmo tempo, viver com a noção de que tudo que é bom dura pouco? Portanto, você está tendo momentos ótimos com a pessoa que você ama, porém, teme que em algum momento tudo isso vai acabar, e esse sentimento, eventualmente, vá embora.
Me impressiona a capacidade da Kacey Musgraves de colocar esse sentimento e essa percepção, tão complexa e difícil de se explicar, em um uma canção. De fato, reconhecer que algum dia essa pessoa que te faz tão bem e esses momentos tão bons vão acabar é muito triste, entretanto, isso não pode impedir que se viva o momento de agora com todo o amor existente, evidenciando essa dualidade de sentimentos. Ao meu ver, a cantora mostra grande parte de sua habilidade e inteligência nessa canção, que merece muito reconhecimento.
Mudando um pouco essa visão pessimista, a canção “Oh, What A World” mostra uma visão completamente otimista sobre o planeta, mostrando um novo tipo de amor: o pela vida. Uma música feita para se cantar sorrindo e que narra coisas maravilhosas que existem no planeta, as quais parecem difíceis de se acreditar. No fim do refrão, Kacey expande o significado da música, expressando a alegria de poder apreciar tudo isso na companhia de alguém especial.
Além dessas três músicas, o álbum conta com outros diversos pontos de vista sobre o amor. Recomendo demais que essa obra seja escutada por completo, já que, como falei, é uma jornada de autoconhecimento dos próprios sentimentos. O novo trabalho de Kacey, “star-crossed”, foi lançado recentemente e também merece ser escutado, já que mostra uma nova etapa na vida da cantora: o divórcio de seu casamento exposto no sucesso de 2018.
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