Quem criou a tal daquela música “Um tapinha não dói” definitivamente não sabia do que estava falando. A agressão física dói, e dói muito, não apenas na pele mas na alma.

É o caso de 732.468  mulheres por ano  que sofrem agressões domésticas no Brasil, e que muitas vezes aguentam caladas esse tipo de violência, que as faz passar por humilhação, abala completamente o seu psicológico e as vezes fazem-nas perder o chão por não saberem como será o dia seguinte, e se haverá um dia seguinte. Infelizmente, não é apenas um problema brasileiro, muito pelo contrário.

Inspirando-se nessa dolorida realidade, a empresa Trapoot realizou uma campanha para divulgar e denunciar de uma forma criativa e impressionante essa violência contra a mulher, intitulada “Deusas abusadas”.

A campanha trás como personagens as mais belas Deusas indianas atualizadas de velhas fotografias à pinturas a óleo afim de impactar as pessoas e atingi-las através do símbolo máximo de um povo: a religião. Com isso, eles pretendem que as pessoas ao olharem para as fotos da campanha pensem como as mulheres divinizadas na sua tradição podem ser maltratadas no cotidiano.

Nas pinturas, as Deusas aparecem com seus rostos cheios de marcas e maltratados, além do texto impactante presente na campanha: “Reze para que este dia nunca chegue. Hoje, mais de 68% das mulheres indianas sofrem violência doméstica. Amanhã, parece que nenhuma mulher será poupada. Nem aquelas pela qual oramos”.

Um assunto tão comentado nos dias de hoje virou publicidade para que as pessoas dêm a importância que ele deve ter, mas até quando será necessária a propaganda para que as pessoas se importem? O fato de tantas mulheres sofrerem tremenda agressão já deveria ser impactante o suficiente para que esse número viesse caindo todos os dias, mas não, ele só aumenta. A fraqueza das mulheres de se sentirem cada vez mais ameaçadas é o que faz com que elas não consigam denunciar tão facilmente quem as agrediu, mas quem comete tal ato pode ser considerado mais frágil ainda, uma vez que este precisa agredir de forma física e psicológica para sentir-se mais forte. E mais, quantos agressores são soltos por aí e voltam a cometer tamanha violência?

É…há muito ainda que se discutir sobre o assunto, mas já que há muitos outros aspectos a serem avaliados, tá aí a publicidade fazendo a sua parte.

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Estudante de Publicidade e Propaganda da ESPM, a tecnologia, música e comportamento humano me encantam de uma forma especial. Apaixonada pela felicidade, acredito que um sorriso pode mudar completamente o dia de uma pessoa.