Em nossa cultura altamente contabilizada, vigiada, anotada, indexada e analisada, quem detém informação é rei. Não é à toa que vivemos na chamada Era da Informação, em que o acúmulo desta passa a indicar mais riqueza do que o acúmulo de meios de produção ou mesmo de terras.

Curioso também pensar que nunca antes houve tanta gente pensando em como comunicar essas informações e nem tampouco elas tiveram público tão grande ávido por recebê-las. Mas números e suas comparações matemáticas/estatísticas não são nem fáceis de entender em um primeiro olhar nem convidativas ao espectador constantemente saturado de informações.

Aparece assim, quase como solução, a cultura dos infográficos. De jornais e revistas à relatórios industriais e vídeos institucionais, esse recurso numérico-visual revolucionou a forma como lidamos com grandes quantidades de informação quantitativa abstrata, ou seja, que não conseguimos ou temos dificuldade de relacionar com o mundo real.

Mas toda essa forma de pensar (que deu origem à forma de representar) as informações tem sua origem bastante bem definida. E um criador para chamar de seu. Ou melhor, um casal deles.

Otto e Marie Neurath desenvolveram, em meados da década de 1940, o estilo Isotype, de representação gráfica de relações sociais, históricas, matemáticas ou até mesmo físicas.

O nome designa Sistema Internacional de Educação Pictorico-Tipografica, nome complexo para denominar algo simples: a simplificação e padronização na forma como informações imagéticas e escritas são passadas.

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É interessante que o sistema Isotype nasceu não de uma escola de design, apesar de seu ar e clara influência da Bauhaus, mas como forma de facilitar as explicações do Museu de Sociologia e Economia de Viena, dirigido por Otto.

Para quem se interessou, há em inglês um livro sobre o Isotype, editado por Marie Neurath, chamado The Transformer: Principles of Making Isotype Charts.

O consumo de infográficos é tão grande que hoje até há um termo para a arte de criar infográficos super bonitos e cada vez mais cheios de informação: Infoporn.

Vale lembrar que, muitas vezes, o aspecto estético ou de quantidade de informação acaba solapando a leitura e entendimento do mesmo, em um curioso movimento contrário à própria origem dos infográficos.

Abaixo alguns exemplos de infográficos muito, MUITO legais e bem feitos:

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Minha barba. Minha vida.