No ano de 2003, os presentes no Festival de Cinema de Cannes conseguiram checar em primeira-mão uma mistura nada convencional de música eletrônica francesa com animação japonesa, isso por meio de Interstella 5555.
O longa é, na verdade, um álbum visual que a dupla Daft Punk propôs para o lendário animador Leiji Matsumoto, da Toei Animation. E essa obra conta com uma história que se baseia nas 14 músicas do disco Discovery, dos dois DJs, lançado em 2001.
A junção dos clipes contam a história de uma banda de pop alienígena que é abduzida de seu planeta natal por um grande empresário terráqueo para tocar suas músicas na Terra e conseguir aclamação e prêmios para ele.
A ideia de juntar aspectos sci-fi com a indústria musical veio da dupla e, por conta disso, o produto final conta com várias críticas para a forma de produção de música na atualidade, com um excesso de “one-hit wonders” produzidos apenas para ganhar dinheiro e fama para seus produtores, com sua personalidade se perdendo no meio do caminho.
O que surpreende é que durante sua hora de duração, não há uma palavra dita pelos personagens que não seja música, mas mesmo assim é possível entender tudo o que ocorre na história, desde a ação até o romance. Isso é o maior diferencial da obra. Além disso, por ser dividido em clipes de 3 a 5 minutos, não é difícil de compreender e se encontrar no meio das músicas.
Faixas como “Digital Love” e “Something About Us” conseguem apresentar uma história de amor no meio do álbum, sem fazer ele se perder em sua história. Do mesmo jeito que músicas como “One More Time” mostram a força que um hit pode ter.
Interstella 5555 é uma mistura nunca vista antes e que talvez nunca será reproduzido por outro artista. A dupla Daft Punk conseguiu criar uma obra que é atemporal e que inovou em dois meios ao mesmo tempo, o musical e o cinematográfico, comprovando o poder da música na união, seja essa entre pessoas ou planetas. E isso há 17 anos atrás.
O filme completo está disponível abaixo: