Arrival foi o filme que concretizou Dennis Villeneuve como um dos melhores diretores trabalhando hoje em dia, além de ser um marco para uma transição dentro do gênero de ficção científica. A abordagem quanto a invasão alienígenas foi o diferencial na história, além da própria execução de sua principal ideia: como a linguagem e a comunicação podem ser distorcidas.

Mas a discussão linguística de Arrival não está presa somente ao sentido de comunicação entre seres, espécies ou humanos, mas também apresenta um retrato de como o cinema é um meio que nos permite quebrar as regras estabelecidas do princípio mais básico social, a linguagem.

O Youtuber nerdwriter fez uma video essay sobre como Arrival é uma resposta para diversos filmes ruins, não só servindo como exemplo, mas argumentando isso em sua própria estrutura. O vídeo está repleto de spoilers, e também toca no assunto de linguagem, então se você ainda não viu o filme, pare de ler por aqui.

O início do filme já representa a possiblidade, que temos com os filmes, de quebrar normas estabelecidas – colocando um evento que procede a segunda cena, apesar de estar colocada como cena inicial. Dessa forma, o plot twist revelado no fim funciona perfeitamente, já que é de nosso instinto assumir que o filme é linear.

Assim como a personagem de Amy Adams, Louise Banks, aprende com os aliens que nem tudo é definitivo – que a comunicação é capaz de alterar até mesmo o próprio tempo; nós espectadores aprendemos sobre como o cinema é capaz de destruir o que temos como verdade e nos transportar para uma realidade alternativa.

A linguista do filme pode explicar melhor do que eu, antecipando tudo que iria acontecer no filme a partir dessa fala:

“Existe uma teoria de que a língua que você fala determina como você pensa, como você vê tudo.”

Viciado em games, viciado em futebol, viciado em cinema, viciado em séries e viciado em drogas pesadas: leite, glúten e anime.