Marketing ou engajamento social? Aquela clássica pulga atrás da orelha que ficamos quando vemos qualquer propaganda levantando uma bandeira de sexualidade LGBTQ. A onda levou marcas que nunca tiveram um histórico propício a se aproveitarem da causa e fazerem coisas um tanto quanto forçadas e bizarras.
A trajetória de Tom of Finland é pautada em sua sexualidade, que por muito tempo esteve enclausurada. Os seus desenhos se tornaram uma válvula de escape que expressava todas as suas fantasias eróticas. Como um bom observador, ele sempre procurou registrar os traços de pessoas que chamavam a sua atenção, o primeiro crush e personagem de seus desenhos foi Urho.
O artista nascido na Finlândia foi estudar propaganda em Helsinki e viu a sua vida mudar completamente com a chegada de Stalin. Ao entrar no íntimo da segunda guerra mundial, Touko (o verdadeiro nome de Tom) se relacionou sexualmente com muitos soldados, vivenciando uma luxúria explícita muitas vezes em seus desenhos.
O primeiro post de seus desenhos foi em um revista americana, criando-se assim o pseudônimo Tom. A partir desse dia, a vida do desenhista se tornou como uma grande percursora da sexualidade gay. A arte erótica e homossexual quebrou padrões impostos na época e mostrou um lado (além de ignorado) nunca mostrado. A força e realismo de seus desenhos, com uma iluminação muito bem trabalhada chamou muita atenção e trouxe um reconhecimento absurdo para o ilustrador.
A bibliografia de um dos artistas mais influentes do milênio ganhará a tela dos cinemas nesse ano em uma produção de Dome Karukoski, o mesmo diretor de Coração de Leão e Bonitos e Bastardos. A sua premiere ocorreu no dia 24 de junho no Festival Internacional de filmes em Edinburgh. O filme só estreia no dia 31 de outubro nos Estados Unidos e já foi proibido em mais de 50 países. Vale a pena fazer parte da discussão e ver o trailer.
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