Em um mundo rodeado de padrões e imposições, existem milhares de receitas de como se tornar a mulher perfeita.

Desde simples detalhes, como fazer as unhas, até mudanças mais radicais, regadas a anestesias e cirurgias, muitas mulheres foram e continuam sendo reféns de uma ditadura da beleza.

Passamos a vida com um modelo de perfeição estampado em nossas caras. Ele se modifica e se renova, mas nunca sai de cena.

O principal problema de um modelo é que ele pressupõe que, a partir disso, surja uma série de produtos iguais. Temos, então, mulheres transformadas em uma linha de produção.

“Mulheres Perfeitas”, livro de Ira Levin que também foi para as telas de cinema, traz uma pequena comunidade em que todas as mulheres são desumanamente impecáveis. A perfeição é alcançada de forma a se transformarem em seres robóticos.

A história mostra uma sociedade em que as mulheres são descaracterizadas, desmunidas de opinião e transformadas em indivíduos cuja única preocupação é com a beleza.

O assunto, bastante polêmico, já vem sendo discutido. E essas “regras”, questionadas por quem não acredita que exista uma receita a ser seguida. São pessoas que acreditam na autenticidade e na individualidade.

A artista Jessica Ledwich é uma dessas. Em “The Fanciful, Monstrous Feminine”, faz críticas a essa ditadura da beleza.

635881-3681577_orig

635882-7814113_orig

3028607-poster-p-1-monstrous-feminine

3028607-slide-s-9-monstrous-feminine

Suas obras chocam pela frieza com que retrata a forma como as mulheres se modificam. E mais, a forma como elas se agridem para atingir um propósito muitas vezes questionável.

Outra grande questionadora esse modelo é a Dove, que resolveu investir na real beleza, aquela das diferenças, do simples e do cotidiano.

Belíssima, toda a campanha mostra como o pensamento de que há um padrão está enraizado em nossas mentes, de modo a transformar principalmente o jeito como nos vemos.

Não há nada errado com a vaidade e a beleza, contanto que elas não passem de captadores de auto-estima para captadores de auto-depreciação.

Tim Burton, gatos e gosto musical duvidoso.