A internet é uma grande vitrine. Ou melhor: supermercado; passamos por corredores e corredores de produtos expostos, que à distância de um clique, podem ser nossos. Claro que, como todo templo de consumo, muitas das ofertas estão um tanto além de nosso poder de compra. Assim nasceu a maldição conhecida como Cartão de Crédito.
Os sites de compra se tornaram o novo altar de aspirações e desejos: surfamos por páginas e páginas de ofertas de todas as coisas que sonhamos ter. Algumas acabam em nossa casa, mas muitas jamais saem da wishlist. Mas quanto mais exposição, maiores as chances de compra.
É por isso que nasceu o retarget. Segundo a empresa AdRoll, apenas 2% dos compradores online adquirem produtos em sua primeira busca por ele. O retarget consiste em armazenar cookies no computar do consumidor que serão “entendidos” por banner na web, que passarão a apresentar esses mesmos produtos pesquisados.
Quem nunca viu alguma promoção no site do Submarino e, ao checar o Facebook na manhã seguinte lá estão os livros e filmes pesquisados?
Mas o retargeting tem seus defeitos: os cookies não identificam se houve ou não a compra. Aquele sapato que custou tão caro e causou tanto arrependimento vai te perseguir por um bom tempo em várias redes sociais e sites, mesmo ele já estando em seu pé.
É quase um filme de terror: quando você menos espera, aquele produto aparece para te assombrar. Não há salvação. Não há esperança.
Para aqueles que sofrem com a insistente incidência de ofertas, já adquiridas ou além de nossa carteira, uma opção interessante é a extensão do Google Chrome Ghostery.
Não só o retargeting funciona com cookies, mas muitos sites e serviços monitoram as atividades dos internautas com eles. O Ghostery permite que se saiba exatamente quais cookies estão sendo salvos em seu computador, bem como o que cada um faz e o tipo de informação que estão atrás. O usuário pode, então, bloquear ou permitir individualmente o funcionamento desses cookies.
Difícil de entender? O vídeo do app explica de um jeito bem simples:
O poder das ferramentas de monitoramento nem sempre é compreendido por nós. Através de formulações matemáticas, cruzamento de dados e complexas análises de perfis e padrões, empresas são cada vez mais capazes de prever o comportamento de seus consumidores.
No livro Numerati, de Stephen Baker, algumas dessas ferramentas de BI (Business Intelligence) são apresentadas e como um seleto grupo de matemáticos e cientistas da computação ontem cada vez mais precisão em suas previsões. A grande perspectiva, pessimista porém interessante, proposta pelo livro é a modelagem matemática do futuro da humanidade.
Uma ideia bastante interessante que não é novidade para os fãs de ficção científica, cujo guru Isaac Asimov, nos idos de 1940, já havia previsto que a matemática um dia seria capaz de prever acontecimentos e comportamentos humanos.
Ponto para os fãs de sua série Fundação e a Psico-história, mistura de psicologia de multidões com matemática avançada, do fictício gênio Hari Seldom.
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