O quarteto de Liverpool é de longe a banda mais aclamada da história, em parte por seus discos e canções inacreditáveis e em parte pela estratégia afiada de marketing que eles usam mais de 5 décadas depois do início da banda.
Em todas as listas dos maiores álbuns da história os Beatles estão lá com a maioria dos seus álbuns, mas será mesmo que não existem álbuns tão bons quanto os deles ou ainda melhores?
Lembrete: Essa lista foi organizada por datas de lançamento (não querendo dizer que o número 1 é melhor e o 15 é o pior, por exemplo) e mostra única e exclusivamente a opinião do autor. Mas antes de se irritar conosco, lembre do título dessa matéria e (apesar de o autor considerar todos esses álbuns melhores que todos os álbuns dos Beatles) considere que todos esses álbuns são melhores APENAS do que o Beatles for Sale ou o Please, Please Me, da época em que o quarteto ainda era uma boy-band e um pouco antes de eles se tornarem os gênios que revolucionaram a música (só pra constar: A reviravolta veio no Rubber Soul – meu álbum favorito da banda). A lista também não considera álbuns com o estilo demasiadamente diferente do quarteto inglês.
Com vocês: 15 álbuns melhores que “um ou outro” álbum dos Beatles:
1 – Bob Dylan – Highway 61 Revisited (1965)
Frequentemente colocado logo atrás do “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band” nas listas de maiores álbuns da história, “Highway 61 Revisited” é o álbum que mostrou ao mundo a canção “Like a Rolling Stone”, uma das canções mais importantes da história do rock (se não for a mais importante mesmo).
Fora isso temos um Dylan eletrificado em canções como “Tombstone Blues” e “From a Buick 6”, mas tão poético e folk quanto sempre foi em “It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry”, “Ballad of a Thin Man” e a trovadoresca “Desolation Row”. Um clássico!
2 – The Beach Boys – Pet Sounds (1966)
Brian Wilson, o líder dos Beach Boys, parou com turnês para criar as infinitas harmonias vocais, efeitos e planejar a utilização de instrumentos nada convencionais como sinos de bicicleta, teremim, apitos para cães junto de instrumentos tradicionais nesse álbum.
O estopim para que Wilson quisesse criar um disco tão fenomenal quanto o Pet Sounds foi ouvir o álbum Rubber Soul, dos Beatles. Segundo ele: “Eu realmente não estava completamente pronto para a unidade. Parecia que todas (as músicas) eram juntas. Rubber Soul era uma coleção de canções que de alguma forma eram juntas como nenhum álbum já feito antes, e fiquei muito impressionado. Eu disse, ‘É isso. Eu realmente sou desafiado a fazer um grande álbum.'” E fez.
E só pra finalizar, Elton John disse o seguinte sobre o Pet Sounds: “Para mim, dizer que fiquei encantado seria uma subavaliação. Eu nunca tinha ouvido essa mágica de sons, gravados de forma surpreendente. Sem dúvida, mudou a maneira que eu, e inúmeros outros, abordaram a gravação. É um registro atemporal e uma gravação de incrível beleza e gênialidade.”
3 – The Doors – The Doors (1967)
Eu sempre pergunto pra qualquer pessoa que afirma que os Beatles são a maior banda da história se ela já ouviu os 5 discos do The Doors com Jim Morrison. “The Doors” foi gravado praticamente ao vivo, o álbum começa com a violenta “Break on Through (To the Other Side)” além de ter “Light My Fire” e o delírio épico-edípico “The End”. Com certeza um dos maiores álbuns da história.
4 – Cream – Disraeli Gears (1967)
Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker saíram um pouco das raízes blueseiras do primeiro álbum do Cream e correram em direção à psicodelia se tornando um dos maiores power-trios da história. O crítico Stephen Tomas Erlewine, da Allmusic.com, afirma que o blues continua presente no álbum, mas foi filtrado em cores saturadas. Disraeli Gears é um desfile de clássicos do trio inglês.
Fato bônus: Após um concerto de John Mayall & the Bluesbreakers, banda que Clapton integrava, as ruas de Londres apareceram pixadas como na foto abaixo. Me responda, agora: Os Beatles tinham algum cara que foi comparado a Deus?
5 – The Velvet Underground – The Velvet Underground & Nico (1967)
A banda de Lou Reed, John Cale, Sterling Morrison, Maureen Tucker e com a participação “especial” de Nico teve em seu álbum de estreia um enorme fracasso de vendas e crítica na época de seu lançamento. As letras recheadas de temas sobre drogas, prostituição e inúmeros desvios de conduta para os padrões da época não agradaram nem um pouco as rádios e o público.
Mas isso não impediu que esse álbum se tornasse um dos mais icônicos da história do rock e, principalmente, um dos primeiros expoentes do rock underground a ser ovacionado pela crítica (mesmo que décadas depois).
6 – George Harrison – All Things Must Pass (1970)
Peraí? George Harrison numa lista de álbuns melhores que os dos Beatles? Isso quer dizer que o George sozinho era melhor que a banda inteira? MIL VEZES SIM, MEU AMIGO.
Além de o melhor Beatle (ele compôs “Something”, “Here Comes the Sun” e “While My Guitar Gently Weeps”, desculpe) ele teve a carreira solo mais bem-sucedida dos 4 e, principalmente: All Things Must Pass é um LP triplo com algumas canções rejeitadas pela banda na fase final e que têm clássicos como “My Sweet Lord”, “I’d Have You Anytime” (parceria com ninguém menos que Bob Dylan), “Apple Scruffs”, “All Things Must Pass” e “Beware of Darkness”.
Hare, George! E ponto.
7 – Simon & Garfunkel – Bridge Over Troubled Water (1970)
Talvez o álbum mais aclamado dessa dupla que é um tóten do folk, Bridge Over Troubled Water é um dos maiores álbuns da história por suas baladas antológicas e melodias vocais inacreditáveis. Destaque para “Bridge Over Troubled Water”, “Cecilia”, “Keep the Costumer Satisfied” e “The Boxer” ou melhor: Ouça o álbum inteiro porque é maravilhoso.
8 – Led Zeppelin – Led Zeppelin IV (1971)
Bandas como Led Zeppelin tornam essa lista mais “a prova de balas” porque não dá pra desmerecer um álbum que tem “Stairway to Heaven” (talvez o maior hino do rock), certo? Pois é… Trouxemos sons de gente grande pr’essa “briga”.
O “disco dos 4 símbolos” ou Led Zeppelin IV começa com “Black Dog”, continua com “Rock n’Roll”, nos mostra “The Battle of Evermore” e logo em seguida tem “Stairway to Heaven” naquele que provavelmente é o Lado A mais épico da história dos LP’s. (Não precisamos mais apresentar argumentos. Esse álbum é dos deuses!)
9 – Rolling Stones – Exile on Main St. (1971)
Os grandes “rivais” dos meninos de Liverpool chutaram a porta com esse álbum gravado meio em Los Angeles, meio numa mansão da França onde Keith Richards se afundava em seu vício em heroína e com pedaços gravados na Inglaterra e que tinha tudo para ser a receita do desastre.
Com guitarras desafinadas constantemente pela maresia da mansão francesa e vários instrumentos gravados em um porão, Exile on Main St. é considerado o maior disco da carreira dos Stones e com “Rocks Off”, “Shake Your Hips”, “Ventilator Blues” e “Happy” não precisamos de mais nada.
10 – The Who – Who’s Next (1971)
Roger Daltrey, Pete Towsnhend, John Entwistle e o insano Keith Moon nos presenteiam com esse álbum em que eles estão urinando no monolito de 2001: Uma odisseia no espaço e nos mostrando que o The Who não acabou com a ópera-rock Tommy.
Com os clássicos “Baba O’Reily”, “”My Wife”, “Behind Blue Eyes” e “Won’t Get Fooled Again”, Who’s Next é provavelmente o álbum mais importante da carreira do The Who e um dos mais importantes do rock.
11 – Jethro Tull – Aqualung (1971)
A banda liderada por Ian Anderson nos apresenta esse álbum conceitual onde o Lado A do LP nos mostra a história de 6 personagens (alguns de reputação duvidável como o andarilho em Aqualung) e o Lado B nos mostra inúmeros questionamentos sobre a figura divina.
O álbum é um dos mais conceituados da história do rock progressivo (nesse caso fundido ao folk, o que torna tudo melhor ainda) e o mais famoso da banda Jethro Tull. O solo de guitarra da canção “Aqualung” e o de flauta em “Locomotive Breath” são essenciais para qualquer amante de música. Clássico!
12 – Pink Floyd – The Dark Side of the Moon (1973)
Outro tóten que torna essa lista mais a prova de bala ainda: Pink Floyd poderia figurar aqui com vários de seus discos, The Wall, Animals, Wish You Were Here e The Piper at the Gates of Dawn são só alguns deles. Mas esse álbum talvez seja o mais clássico e conhecido deles, com uma energia ímpar e um disco que funciona com suas canções separadas, mas cuja unidade é sublime.
13 – David Bowie – The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1973)
O alienígena Ziggy Stardust vem salvar a terra da destruição iminente, acaba formando uma banda chamada “Spiders from Mars”, cede aos exageros do roquenrou e por fim (SPOILER) se suicida nesse que é provavelmente o álbum mais icônico de David Bowie, o camaleão do rock.
14 – Queen – A Night at the Opera (1975)
1 – Ninguém na história do rock cantou mais que o Freddie Mercury; 2 – No tracklist: “Love of my Life”, “Bohemian Rhapsody”, “You’re my Best Friend”, “Good Company” e por aí vai; 3 – É uma ópera, cara.
15 – Supertramp – Breakfast in America (1979)
Eu gostaria de nascer de novo pra escrever melodias como a desses caras. O álbum mais aclamado do Supertramp tem vários de seus clássicos como “Breakfast in America”, “The Logical Song”, “Goodbye Stranger” e “Just Another Nervous Wreck”. São pianos e saxofones conversando o álbum inteiro, sem contar as harmonias vocais primorosas de Roger Hodgson e sua banda. É fenomenal!
Bônus:
16 – Elton John – Honky Château (1972)
Nos primórdios, muito antes de cantar no enterro da Lady Di e escrever músicas para a Disney, Elton John era muito, mas muito roquenrou. Álbuns como Tumbleweed Connection, Don’t Shoot Me I’m Only the Piano Player e Rock of the Westies são evidências fortes da verve roqueira-setentista do pianista inglês. Esse álbum contém a clássica “Rocket Man” e começa com a matadora “Honky Cat”. Um discaço-bônus de Elton John nessa fase roqueira.
O que você acha? Esperamos que ninguém tenha se ofendido com essa lista (por mais polêmico que seja mexer com a maior banda da história) e, mesmo que discorde completamente dessa matéria, encare-a como um convite a conhecer os álbuns, caso ainda não os tenha ouvido, afinal, são todos clássicos. Muito, muito clássicos!
Caso ache que algum disco está faltando ou sobrando na lista, é só deixar nos comentários!
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