Ao longo do segundo semestre de 2019 o Arenas desenvolveu um job com o ICMBio Alcatrazes e no último sábado, dia 9 de novembro, uma equipe representando a agência saiu da Álvaro Alvim às 4 da manhã rumo a São Sebastião com um objetivo muito especial: fazer uma visita técnica no refúgio ecológico de Alcatrazes.
Por mais intimidador que seja estar de pé na ESPM na madrugada com um tempo reduzido de sono, encarar 4 horas descendo a serra do mar em uma van, mais 1 hora e meia em alto-mar até chegar ao tão esperado arquipélago, cada segundo valeu a pena. A jornada não foi fatigante, sendo superada pela animação do que estávamos prestes a descobrir.
E de fato, Alcatrazes superou todas as nossas expectativas. Desde a recepção da equipe do ICMBio, momento este que recebemos instruções claras e essenciais para manter a segurança e o bem-estar durante o trajeto de barco – e o resultado atendeu ao esperado das devidas precauções. Eu pessoalmente estava um pouco preocupado com esse momento específico da visita por nunca ter viajado de barco antes, mas ao chegarmos na formação insular, estava com a disposição renovada.
A desconexão com o mundo virtual foi essencialmente renovadora, principalmente para nós que temos a comunicação digital como um dos principais objetos de estudo, portanto cada momento naquele mundo puro e real foi especial. Geraldo, um dos biólogos do ICMBio Alcatrazes narrou brevemente os detalhes sobre a formação da ilha, que foi isolada do continente há dezenas de milhares de anos e acabou originando diversas espécies endêmicas – ou seja, que só existem lá.
Rã de Alcatrazes
Perereca de Alcatrazes
Cattleya-de-Alcatraz
Aprendemos bastante sobre a fauna e flora local, sendo possível observar o famoso ninhal de fragatas e atobás que domina toda a extensão da ilha principal (mesmo fora do auge do período reprodutivo); e ao mergulhar, vimos incontáveis peixes dos mais diversos tipos e tamanhos, estrelas e ouriços do mar, águas-vivas e até mesmo uma lindíssima tartaruga-verde de passagem pelo refúgio. Infelizmente não pudemos encontrar outras espécies impressionantes que também têm Alcatrazes como refúgio, como o golfinhos-pintado-do-atlântico, tubarões-martelo e as baleias-de-bryde.
O aprendizado da viagem também teve um caráter pessoal uma vez que é impossível não refletir um pouco ao entrar em contato com aquele paraíso perdido… afinal, perdido não, e sim muito bem encontrado por sinal.
Alcatrazes é um refúgio ecológico onde as mais diversas formas de vida se encontram e vivem em uma delicada organização que reflete como a falta de interferência humana é a principal forma de se preservar a natureza – nossa mera presença em um ambiente já o modifica e transforma. Por exemplo, estávamos proibidos de usar produtos para a pele ou outros tipos de óleos corporais e era necessário tomar cuidado com os lanches para não atrair as aves ou gerar qualquer tipo de lixo durante a visita, o que poderia interferir negativamente na vida do local.
A valorização da natureza e o respeito à vida são os principais valores que pudemos aprender e reforçar durante a nossa expedição técnica. E essas são coisas que não conseguimos aprender só na internet. Visite Alcatrazes!
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