“Nossa história é sobre uma cidade, uma pequena cidade e todas as pessoas que vivem nela. De longe, é como todas as outras cidades ao redor do mundo. Segura, decente, inocente. Porém, chegue mais perto e começará a ver o que está escondido nas sombras. O nome da nossa cidade é Riverdale.”

Com as palavras de Jughead Jones que se dá início a Riverdale, a nova série da CW. Produzida por Greg Berlanti (produtor de séries como: Arrow, The Flash, Supergirl, entre outras) foi ao ar em janeiro de 2017 nos EUA e, somente em fevereiro no Brasil, através da Warner.

A série se passa na cidade de Riverdale e gira em torno da morte de Jason Blossom, o típico jogador de futebol, e como esse acontecimento afeta a egrégora do local (não se preocupe, isso não é um spoiler). Em um estilo Scooby Doo, a turma de jovens intrometidos se encontra no centro dos acontecimentos amarrados à esse homicídio, contando com a sua formação clássica: Archie Andrews – o astro do futebol, Betty Cooper – a garota de ouro, Jughead Jones – o deslocado, Kevin Keller – o alívio cômico, Veronica Lodge – a garota com um passado duvidoso que tenta reverter seus erros e Cherryl Blossom – a líder de torcida malvada. Milkshakes, drive in’s, letreiros de neon e cores saturadas te transportam diretamente para os anos 50, mas ainda sim muito recente, dadas todas as referências à cultura pop atual presentes na trama.

Apesar de ser uma série nova, Archie Andrews e sua turma são velhos conhecidos da cultura pop. Nasceram em 1939 quando a editora MLJ Magazines publicou o primeiro HQ de uma série de antologias chamada Pep Comics que, inicialmente, eram principalmente ficções científicas e super heróis. Somente em 1941 fomos apresentados a Archie Andrews, Betty Cooper e Jughead Jones. Em 1942 conhecemos Veronica Lodge, peça essencial em um dos triângulos amorosos mais clássicos da cultura pop: Archie, Betty e Veronica.

Como o grupo e suas aventuras caíram no gosto popular e se tornaram o carro chefe da editora, em 1944 MLJ Magazines mudou seu nome para Achie Comic Publications.

A reputação dos quadrinhos só cresceu ao longo dos anos, levando a que praticamente todos seus personagens ganharem suas próprias séries solo, dando destaque para Betty and Veronica e também a bruxa Sabrina (sim, ela fazia parte do grupo). Em 1968 Archie ganhou sua própria série animada e banda, The Archie Show, que foi ao ar por apenas uma temporada mas levou uma de suas músicas “Sugar, Sugar” ao topo das paradas americanas em 1969.

Em 2015 a própria Archie Comics lançou uma releitura de seus quadrinhos, em uma versão mais moderna para se adaptar aos seus novos leitores, o que provavelmente foi utilizado como maior inspiração para a série que teve seu projeto, inicialmente, anunciado pela Fox, que optou por descontinuá-lo.

Como toda adaptação, a série recebeu diversas críticas de seus fãs mais antigos, principalmente por trazer uma proposta completamente diferente quando falamos sobre enredo. A série Riverdale vai para um caminho dos mistérios (em uma pegada semelhante à Twin Peaks), enquanto os quadrinhos traziam um ambiente cômico e relaxante. Outro ponto que pegou nos corações dos fãs foi a respeito do personagem interpretado por Cole Sprouse, Jughead Jones que, nos quadrinhos, é retratado como assexual e arromântico e na série tem relacionamentos amorosos.

Até agora Riverdale tem sido uma surpresa constante, não só pela construção dos personagens mas também pelos plot twists que são de deixar qualquer um sem dormir esperando o próximo episódio.

A segunda temporada de Riverdale vai ao ar hoje (aqui no Brasil, através da Warner) e CW prometeu não só 22 episódios (9 episódios a mais que a última temporada), mas como mistérios mais densos e a mudança na personalidade de alguns personagens.

Séries, música e textos são algumas das coisas que completam o meu vazio existencial.