Bullying parece ser o vilão da infância do séc. XXI. Parece que é o assunto mais debatido em associações de pais e mestres e, ao mesmo tempo e curiosamente, um dos menos compreendidos pelos mesmos.

Talvez o bullying seja um daqueles campos em que o relativismo se faz necessário pois “cada caso é um caso”. O que leva crianças a oprimirem outras, as mais variadas formas como elas fazem isso e até as diversas reações e maneiras de lidar com isso por parte das crianças que o sofrem.

Infelizmente, o peso que algumas são obrigadas a suportar é demais. É o triste caso de Måns, um menino de apenas 13 anos apaixonado por música e escrever, que tirou a própria vida em decorrência das ofensas na escola.

O suicídio é uma das principais causas de morte entre jovens na Suécia e, como forma de lidar tanto com isso como com o bullying, a ONG Friends começou uma campanha para que o governo sancione uma lei que obrigue as escolas a terem ao menos um conselheiro de bem-estar.

Como fizeram isso? Com permissão dos pais de Måns, escanearam cadernos do menino e criaram uma tipografia única com sua caligrafia. Com ela, redigiram uma carta para o primeiro ministro sueco, bem como a disponibilizaram pra quem quer que queira enviar uma palavra de carinho ou força para um amigo.

Hoje em dia, com todo o acesso que crianças têm à comunicação digital, o bullying toma proporções que muitos pais sequer são capazes de compreender ou identificar. É o chamado cyberbullying, que varia de comentários e xingamentos em redes sociais até exposição e divulgação de conteúdo íntimo.

O suicídio é uma medida extrema e muitos já podem correr para argumentar que bullying é normal, que faz parte do desenvolvimento. Talvez seja, mas como todas as mudanças comportamentais, sociais e psicológicas decorrentes da era da internet, ainda não se sabe exatamente a extensão que essas ações tomam.

O fato é que, sim, muitas pessoas morrem em decorrência do bullying e do cyberbullying no mundo todo. O Brasil não está livre dessa, só nesse ano tivemos 3 casos de suicídio de meninas em decorrência da exposição de fotos íntimas em redes sociais.

Para quem não ligou os pontos, isso também é uma forma de bullying e do pior tipo: é crime.

Minha barba. Minha vida.