Genocídio é uma palavra pesada. Do latim, Genus (tribo, clã, raça) + Cídio (corte, assassinato), não é uma palavra que vemos o tempo inteiro nas notícias. E somos gratos por isso.

O genocídio é o assassinato em massa de um grupo, etnia, tribo ou nacionalidade, de forma pensada e sistemática, com intenção. Pensou no Holocausto, em que 6 milhões de judeus foram assassinados pelos Nazistas, certo?

Infelizmente, esse não é o único exemplo de genocídio moderno. Sequer o único, o primeiro ou o último do século XX. Em 1994 o mundo assistiu em choque ao genocídio da etnia Tutsi em Ruanda. Sim, 1994 apenas 21 anos atrás enquanto aqui nos preocupávamos com inflação e a implementação de um plano para conter a economia em crise, um país teve em torno de 20% de sua população assassinada, com estimativas de 500.000 a 1.000.000 de mortos (sim, com todos esses zeros).

Mas houve um genocídio anterior, que praticamente abriu as portas para o século XX, que estreou todos os horrores que a Primeira Guerra Mundial trouxe. A morte sistemática de 1,5 milhão de pessoas, homens, mulheres e crianças de todas as idades, que ninguém fala sobre. Um crime hediondo e silencioso.

Em 24 de abril de 1915 o Império Turco-Otomano lançava oficialmente seu plano de ação para erradicar a minoria armênia de suas terras. Por ser uma época em que as notícias tinham maior dificuldade de serem espalhadas e não haver grandes laços econômicos entre pessoas de relevância internacional e a etnia massacrada, tudo ficou coberto de sombras.

100 anos depois, apenas pouquíssimos países reconhecem o crime, menos ainda apresentam qualquer monção dentro das Nações Unidas e apenas um punhado tornou crime a negação do ocorrido. Não, não é um evento que foi omitido apenas. Ele é negado e sofre constantes tentativas de ser apago. o governo Turco (que é a “evolução” do Império Turco-Otomano) nega veemente qualquer culpa ou ocorrido.

Em comemoração aos 100 anos, e como forma de lembrar a todo o mundo (e até os próprios armênios) do peso da história em sua vida, Audio Kulturr criou uma série de pôsters que mostram o quanto o país anda sangra essa ferida a ele negada.

A 12ª edição da revista levou o sangue de 5 decendentes de sobreviventes do massacre. Assim, derrama-se o sangue mais uma vez, para que o sangue derramado jamais seja esquecido.

A luta pelo reconhecimento do Genocídio Armênio é uma causa que a banda System of a Down já abraça há anos. De nacionalidade armênia-americana, os integrantes da banda fazem shows beneficentes ao redor do mundo com o intuito de dar voz à causa e pressionar países a reconhecerem o crime cometido em 1915.

Em 2015 a banda saiu para a turnê Wake Up The Souls, uma viagem inteira para propagar a mensagem, incluindo a primeira apresentação da banda no país.

Além disso, em seu site oficial, a banda apresenta um “mapa de calor” dos países no mundo que tem qualquer tipo de preocupação para com a causa, desde movimentação na ONU, até o reconhecimento do crime ocorrido.

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A luta pelo respeito mínimo que é a lembrança do crime sofrido parece ser uma guerra que ainda tem muitas batalhas pela frente.

Minha barba. Minha vida.