Parece um catálogo, mas não é oferecido por uma consultora Natura e você não está escolhendo perfumes, está escolhendo pessoas. É mais ou menos assim que o Tinder – o aplicativo da vez – funciona. O que já era um sucesso no mundo, pegou aqui no Brasil e conta agora com cerca de 35 milhões de usuários. O app de relacionamento virou modinha e anda ganhando muitos adeptos pela sua simples finalidade de paquera anônima.

A ferramenta se baseia no perfil do Facebook e na geolocalização para conectar os usuários e montar uma listinha – ou catálogo mesmo – de opções que estão a disposição. É possível selecionar o sexo de interesse, o intervalo de idade desejada e um limite de distância para rastrear um contato. Mesmo utilizando a outra rede social para identificar os interesses em comum, as interações feitas no Tinder não vão ser expostas na timeline. A brincadeira que diferencia esse de outros aplicativos é que só vai acontecer um maior contato se for da vontade dos dois usuários, ou seja, se os dois acabarem optando por um “like” – ou simplesmente deslizarem o dedo para a direita – acontecerá um “match” (uma espécie de chat da rede social).

Mas, se o perfil sugerido não agradar a rejeição não vai ser percebida, já que o Tinder só permite o conhecimento das interações quando forem positivas e concordantes. Simples assim, se você gostar de algum usuário “like”, caso contrário “nope”, afinal pessoas são descartáveis e se resumem a suas melhores fotos, não é mesmo? É, parece que é essa a fórmula de sucesso desse aplicativo e pelo jeito faz sentido para muita gente.

Outra ferramenta interessante do Tinder é o “matchmaker”, que permite juntar amigos para que possam se conhecer melhor, funcionando, literalmente, como um cupido. Os espertinhos que desejam entrar por curiosidade e não tem coragem, podem ir esquecendo, é quase impossível a criação de um perfil fake, o que deixa tudo mais intrigante e convidativo.

Por outro lado, o aplicativo permite algo inédito para uma rede social. É muito comum pessoas se esbarrarem na rua ou em qualquer outro lugar e se interessarem uma pela outra, mas não terem a oportunidade de se conhecerem ou sequer se apresentarem e é aí que o Tinder entra para dar uma forcinha ao destino.

Nós testamos o app e garantimos, é divertido, mas nunca foi tão clara a sensação de insignificância dos perfis que ficam expostos ali como produtos em vitrines esperando para serem curtidos.

Para um mundo de relações líquidas, um aplicativo para se ter relações líquidas.

 

Estudante da ESPM e aspirante a publicitária e comunicóloga. Adora escrever qualquer coisa que não seja sobre ela mesma.