Muito provavelmente as últimas séries que tiveram um espaço no holofote eram aquelas consideradas de gênero. Ou seja, seu Facebook e Twitter foram tomados por Stranger Things, The Handmaid’s Tale, Westworld, Dark, Black Mirror e a febre da vez: La Casa de Papel.

Por mais que completamente distintas, o fator comum entre essas séries é o caráter genuinamente de gênero. Seja pela distopia, o clima sci-fi, o terror e até roubo à bancos. Embora todas elas tratem do ser humano, as críticas e as relações, nenhuma delas se consagrou por apenas trabalhar o drama.

Recentemente, nas principais premiações da TV, uma série tem levado algumas estatuetas para casa, porém não teve a tamanha proporção de euforia na lógica da rede como as demais já citadas. A série em questão é This Is Us, da NBC.

Com uma proposta bastante pé no chão, a série de Dan Fogelman (Carros, Amor a Toda Prova e até mesmo Enrolados), nos mostra como a vida é frágil, em todos os aspectos. E por mais óbvia que a mensagem seja, é através de seus personagens que compreendemos as peculiaridades que passamos em todas as fases ao longo dos anos.

Além de prêmios como melhor elenco no SAG awards e melhor programa no TCA (prêmio da crítica televisiva), o ator Sterling K. Brown foi consagrado com 5 prêmios por sua atuação no papel de Randall, um homem negro que passou a vida em uma família adotiva e branca. Em seu discurso do Emmy Award, Brown mencionou como é importante a representatividade negra na indústria e agradeceu muito a Fogelman por criar um papel que apenas um negro interpretaria e não um papel do personagem “de cota” como, infelizmente, nos acostumamos nessa indústria.

Através dos pequenos gestos e ações dos personagens, acabamos criando uma empatia com todos os 5 protagonistas desta história cotidiana e simples. Ao final, This Is Us surge como uma linda lição de vida e assim, acompanhamos de perto esse grande drama que te prende a cada novo episódio e tudo isso sem super poderes ou psicopatas.

Com o pé na estrada e a cabeça na lua.