Quando falamos em trabalhar em casa, vem logo na nossa cabeça a imagem de um relógio marcando 23:00h, na tela do computador, uma apresentação em power point e uma vontade de matar quem marcou aquela reunião para as nove horas da manhã.

Mas te digo, meu caro leitor, os tempos mudaram. Tiremos essa imagem da cabeça. O doce lar tem se tornado, para muitas pessoas, o novo escritório. Numa palestra organizada pela Talent, a umas duas semanas atrás, Silvio Meira – renomado pesquisador da área de Engenharia de Software – já tinha comentado sobre o assunto, e a Wired deste mês traz o tema na primeira reportagem da revista.

Ainda são poucas as empresas que adotam este tipo de emprego, mas ele tem se tornado cada vez mais comum. O principal motivo para não abolirem os escritórios é a sensação de perda de controle sobre os empregados. Além disso, muitas empresas ainda defendem a idéia de que é essencial o relacionamento entre os funcionários para que o trabalho aconteça de forma mais efetiva.                                                                                                                                                                                                                                                                 

Como tudo nessa vida, o telecommute (como é chamado em inglês) tem suas vantagens e desvantagens. Apesar de não rolar um “face-to-face”, temos que levar em consideração outros fatores da vida moderna. Em tempos em que os engarrafamentos tomam centenas de quilômetros das ruas, em que o preço da gasolina consome grande parte do salário, em que as mulheres precisam cuidar dos filhos, da casa e do seu emprego, o local de trabalho deve, sim, ser repensado.

Pesquisas revelaram que as pessoas que trabalham em casa são muito mais engajadas, felizes e produtivas. Além disso, revelaram que este tipo de trabalho tem um impacto favorável sobre a percepção de autonomia, conflito trabalho-família, satisfação, desempenho e estresse.

A evolução do trabalho fora do escritório deve-se, principalmente, à larga proliferação das tecnologias de comunicação integrada, que conectam trabalhadores “móveis” aos “fixos”. Programas como LifeSize Express, primeiro sistema de videoconferência de alta definição que custa menos de U$ 5000, facilitam o processo, mantendo os funcionários em contato com qualidade de som e imagem.

De fato, é preciso que esses funcionários mantenham contato não somente através de videoconferências. Este quadro, porém, pode ser revertido com encontros em um intervalo de tempo estabelecido pela empresa, como uma reunião no mês, por exemplo. Além da mordomia de trabalhar em casa, cortar o escritório significa uma grande redução de gastos, o que deve, realmente, ser levado em consideração nos tempos de hoje.

Marcela Alvarez, 6 de setembro às 15:42h.