Desde os tempos de Thomas Hobbes e seu libelo absolutista Leviatã, a filosofia e a ciência política se debruçam sobre o comportamento de agrupamentos humanos frente à grupos estrangeiros, em especial em termos de guerra e de como a união entre indivíduos é bem maior quando há uma ameaça externa ao grupo.

Mas isso não é uma característica social única do ser humano, é visto em abelhas, chimpanzés e muitos outros. Aliás, o comportamento tem origem instintiva, e não social.

E não é só isso: o nojo, sentimento que desenvolvemos principalmente como forma de sobreviver a um ambiente hostil e de pouquíssimas condições sanitárias, também tem papel fundamental nesse movimento. O nojo que sentimos daquilo que inicialmente faria mal à nossa saúde é rapidamente transferido (ou melhor, replicado) no outro, no invasor, estrangeiro. Comportamentos absurdos são atribuídos ao “inimigo” como forma de instigar esse sentimento de repulsa.

Não acha que vai ser enganado assim tão fácil? Pergunte a seus pais ou avós o que diziam de Japoneses logo que a Segunda Guerra terminou. Que comiam crianças, que torturavam meninas, e mais um monte de outras barbaridades que hoje parecem afirmações absurdas.

Aliás, o patriotismo e a xenofobia andam de mãos dadas. Todas as estratégias de medo, constante alerta e todo o esforço que a mídia emprega para deixar todos nós temendo a “violência” nada mais são do que a exploração desses mesmo s instintos.

Isso tudo é só o conteúdo de UM vídeo da série Just Like Other Animals, da agência russa Novocortex e apresentados pela bióloga Evgeniya Timonova. A série procura mostrar que muito do que fazemos, pensamos e da maneira como nos organizamos é menos um indicativo de evolução como espécie e mais um reflexo de nossa natureza animal e instintos que datam de centenas de milhares de anos no passado.

Minha barba. Minha vida.