Quando Umberto Eco mencionou que a internet dá voz aos ignorantes, ele certamente estava falando de um dos maiores fenômenos que a internet criou, a comunidade virtual dos fãs de algo. Carinhosamente chamada de Fan Base. Embora, não fosse exatamente esse público que o filósofo mencionava, o mesmo parece representar todas essas características e tudo já começou em 2015 com O Despertar da Força.

Entenda que se você está procurando uma análise do grande filme de Rian Johnson, certamente você pode parar de ler por aqui, pois este texto se trata na verdade, de um desabafo que começou graças às inúmeras notícias sobre a fan base e seu respectivo ódio à nova trilogia nas mãos da Disney.

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Não faz muito tempo que entrei para uma comunidade do que a internet tem de melhor, memes shitposting e Star Wars. Existe combinação melhor? Talvez apenas o novo Choque de Cultura sobre Star Wars.

Porém, ao mesmo tempo que entrava em uma comunidade de diversão, percebi que entrava em um ambiente de opiniões controversas e infelizmente, extremamente preconceituosas. Ao longo do texto teremos alguns prints desses grupos e vocês entenderão melhor do que estou falando.

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Uma das coisas que mais me irritam no grupo, e um dos motivos pelos quais eu saí do mesmo, foram às críticas à personagem de Daisy Ridley, Rey.

Os fãs alegavam que tudo não se passava de Mary Sue, um termo no entretenimento que significa uma personagem mal escrita e sem explicação para seus atributos. Você pode até achar isso, mas você lembra que o Anakin sempre foi extremamente poderoso e cheio de talentos, desde criancinha e ninguém reclamou quando ele explodiu uma base espacial no talento. Por que a mesma comunidade fica decepcionada com a Rey derrotar Kylo Ren, que estava com um tiro de Blaster no corpo e estava emocionalmente frágil por ter matado seu próprio pai? Por que, ela não pode ser uma exímia pilota? Por que ela não pode ser extremamente incrível como uma nova “escolhida” entre tantos seres que habitam a galáxia de George Lucas!?

O mesmo acontece com seu treinamento no segundo filme, que para muitos foi muito rápido! Não esqueçam que Luke passou por algo semelhante, abandonou o Yoda e ainda foi mais imprudente, pois se submeteu a um combate mano a mano sem ter treinado muito com o sabre de luz. Apenas uma luta na Caverna Jedi e treinou com Obi Wan na nave. Parece que temos pesos diferentes para as mesmas medidas, não?

Abaixo um contraponto bem interessante.

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Achou bom este contra argumento? Aqui vai mais um.

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Porém, o pior ainda estava por vir. Dessa vez, não vindo do grupo, mas sim de uma comunidade de fãs ao redor do globo e suas petições bizarras.

25 mil pessoas estão pedido para retirarem do cânone de Star Wars a nova obra de Rian Johnson. Sim, eles pedem o fim de um filme inteiro, porque não gostaram do resultado. Você pode até achar algumas partes bem diferentes, e sim, elas são (aqui acho que são o que tornam o filme excelente, original e ousado) porém este grupo não se sente satisfeito e agora, execra o trabalho da pessoa que irá cuidar da franquia por muitos anos. Opinião é algo que todos têm o direito de ter e o objetivo não é reclamar de quem não gostou, mas sim o ódio criado pela comunidade virtual em detrimento de uma obra, toda nova franquia e como o movimento em rede se propaga de forma estrondosa. Vale a reflexão: seria isso apenas um fato ou essa mesma comunidade é apenas um grupo de pessoas que não está preparada para o novo? Só para auxiliar, o novo consiste em dois filmes com personagens femininos excelentes e instigantes, além de uma representação das minorias em todas as instâncias (estamos em uma Galáxia tão tão distante, estava na hora de ver isso, não?)

Ao final, o que mais me entristece na repercussão disso tudo é que a obra, feita para homenagear Carrie Fisher, foi destruída por uma parcela. E isso já é o suficiente para desrespeitar a imagem de uma pessoa tão querida pela mesma fan base.

A fan base é um grupo extremamente complicado e eu me envergonho por saber que todos nós gostamos do mesmo universo de George Lucas, mas tudo têm um limite.

Talvez, a morte da atriz Carrie Fischer é a que mais me entristeceu ao longo dos anos. Talvez por gostar muito da personagem ou por ela ter ido embora com a idade que minha mãe tinha na época. Talvez uma mistura dos dois, mas certamente me emociono toda vez que lembro, como agora que escrevo esse texto.

Que você esteja sempre com a Força, Carrie.

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Fica aqui o desabafo. E também um vídeo de Porgs, pra acalmar seu coração.

Com o pé na estrada e a cabeça na lua.