Sinapse por Pedro Hutsch Balboni, 21/12/2009 às 18h37

Vou falar brevemente sobre dois livros neste post. A princípio, eles parecem não ter nada a ver um com o outro, mas no fundo, ambos apontam o mesmo tipo de problema e de solução para o problema.

 

 

O primeiro livro é um best seller bastante conhecido, já com mais de 9 milhões de exemplares vendidos no mundo. “Pai Rico Pai Pobre” é um livro que fala, entre outras coisas, sobre educação financeira. O autor, Robert T. Kiyosaki, afirma ter tido dois pais, um rico e um pobre. O pai pobre dele era um acadêmico importante e bem remunerado, mas sempre com dificuldades financeiras; já seu pai rico era um homem com pouca escolaridade, mas com um espírito empreendedor forte e muita sensibilidade mercadológica.

 

 

O segundo livro já é mais recente e conheci por indicação do Vince; chama-se “Cultura da Convergência”, do Henry Jenkins. Nele, o autor analisa uma série de aspectos interessantes em nossa cultura recente e a sua interação com as atividades corporativas. Ele pega casos interessantes e familiares como o de Star Wars, Harry Potter, Survivor, entre outros, onde os fãs vão além dos tradicionais limites de consumo midiático e participam ativamente na criação, recriação e contestação de narrativas e etc. Dessa maneira, ele mostra casos pioneiros como uma forma de causar uma reflexão sobre o futuro da comunicação e das corporações.

Agora, qual o ponto em comum nos dois livros? Ambos falam em educação.

Em Pai Rico Pai Pobre a mensagem está clara e explícita: para o autor, o grande motivo de tanta desigualdade social não é somente a má distribuição de renda em si, mas também a falta de educação financeira, ou seja, a má distribuição do saber como lidar com o dinheiro, como conseguí-lo, como mantê-lo, como ser seu senhor e não seu escravo.

Em Cultura da Convergência, o ponto sobre educação fica na conclusão do livro (fiquem tranquilos, não estou estragando a leitura de ninguém, o miolo do livro é inteiro proveitoso), onde o autor afirma que é necessário haver um letramento midiático. Segundo ele: “Muitas escolas permanecem abertamente hostis a essas experiências e continuam a promover solucionadores de problemas autônomos e aprendizes independentes. Na escola, colaboração não autorizada é cola.” Para ele, as mídias devem ser interpretadas como recursos, e não como ameaças. O letramento midiático leva a um enriquecimento da cultura como um todo. O incentivo a inteligência coletiva é algo que pode ajudar a melhorar toda a sociedade.

A educação formal precisa – e está sendo – repensada. Assim, termino este texto com palavras de Paulo Freire, expert no assunto que já elaborou uma conclusão para nós: “A educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.”

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