Sinapse por Pedro Hutsch Balboni, 10/06/2009 às 16h

caracol Newronio ESPMVocê já parou para pensar em como é o seu dia a dia e o como você tem que fazer tudo muito rápido pra conseguir fazer as coisas? E para conseguir economizar tempo você provavelmente acaba se alimentando mal, dormindo mal e se relacionando menos com as pessoas, ou seja, você deixa de fazer coisas realmente importantes para o seu bem estar.

Para suprir essa demanda vieram as redes de Fast Food como McDonalds, Burguer King e até os brasileiros Bobs e Habbib’s. O diferencial está basicamente na agilidade que se pode conseguir ao comer num lugar desses – o diferencial não reflete no preço, ou você acha um sanduíche de alguma dessas redes realmente barato? Até mesmo restaurantes com um cardápio um pouco mais sofisticado estão aderindo ao Fast Food, agregando a agilidade aos benefícios oferecidos.

Nossos veículos de comunicação que vêm conseguindo maior crescimento, como a internet (Orkut, MSN, Twitter, etc), ligações de celular e sinais de fumaça (há!) são corriqueiros e seguem a fórmula Fast Food. Muitos descontam horas de sono as horas para fazer outras atividades como trabalhos, estudos, exercícios, baladas… cerca 30% dos brasileiros sofrem distúrbio do sono. Para quem vive em cidades grandes como São Paulo, é fácil observar os reflexos de nossos hábitos no trânsito. Importados diretamente dos “americanos”.

 

 Hamburguer moto Newronio ESPM

 

Existem pessoas, no entanto, tentando fazer diferente: são os adeptos do Slow Movement. “Slow” vem do inglês e significa “devagar”, enquanto “Movement” significa “movimento”,ou seja,  seria algo como “Viver mais devagar”. Nas palavras de nosso ex-redator Marcelo Druck, “esse movimento propõe uma revisão no nosso modo de viver além de uma revolução nos nossos valores”. E dentro dessa tendência existe o Slow Food, que seria “comer mais devagar”. Não, não é uma pessoa literalmente comendo devagar, mas sim se preocupando com sua saúde e seu bem estar, com uma comida bem preparada, amigos e a quebra da rotina.

Li no já mencionado livro de Mário René umas divagações interessantes sobre o assunto. Todas as facilidades da vida moderna nos deram a oportunidade de economizar muito tempo em tarefas que antes poderiam ser extremamente demoradas, como pagar contas e mandar emails deitado em sua cama ao invés de pegar filas em bancos e ter que esperar dias para sua carta chegar ao destino e depois ser respondida. O próprio ato de pesquisar, com a “Googlelização”, está aos poucos abolindo as enciclopédias. Acontece que depois de ganhar todo esse tempo em tantas pequenas coisas, as pessoas simplesmente inventam mais coisas para fazer no tempo livre, e ficam mais sobrecarregadas ainda. Vale a pena dar uma lida na história do Édipo Rei e ver que essa sina é um tanto antiga (pode deixar as interpretações da psicologia para uma leitura mais aprofundada).

É legal observar algumas obras feitas para nos fazer refletir. Abaixo, o trailer do filme Koyaanisqatsi de Philip Glass, demonstrando sem dizer palavra um pouco de nós, refletidos por nossas obras e pela oposição delas com a natureza.

 

 

Sinapse por Pedro Hutsch Balboni, 10/06/2009 às 16h

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