“A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido.”

Quem escreveu essa máxima foi H. P. Lovecraft, escritor americano do começo do séc. XX cuja obra e ideias influenciam até hoje a cultura pop e, em especial, as produções de terror. Seu personagem mais icônico, Cthulhu, é figura recorrente na web.

O estilo de Lovecraft é frequentemente citado como de Terror Cósmico, um nome que parece ter relacionamento com a ficção científica, mas explica-se: para o autor, o universo e a vida são conceitos impossíveis de serem apreendidos pela fraca compreensão humana.

A totalidade do cosmo, suas “áreas negras e sombrias” que rodeiam a todos nós, um pouco além do horizonte visível, bem como a posição frágil e insignificante da humanidade em relação a tudo isso só podem resultar em uma coisa: loucura.

Aqueles que vislumbram uma pequena parcela desse mar denso e negro que rodeia o continente humano não são capazes de suportá-la: tornam-se loucos, obcecados.

E não para por aí: criaturas de tempos imemoráveis rondam a escuridão, despercebidas pela maioria de nós. Mas, como diria Nietzsche, uma vez que olhamos para o abismo, este nos olha de volta. Quem passa a perceber a existência dessas criaturas passa a ser, também, por elas percebido.

Essa é a premissa de Shadow Bound, websérie em 5 capítulos inspirada em contos de H. P. Lovecraft.

Atenta ao clima da época em que as histórias de Lovecraft foram escritas, a série aposta em diversos recursos do cinema do começo do século: trilha sonora constante em contraste com a mudez das cenas, em cujas falas são representadas por “quadros” entre as cenas.

Cada episódio tem cerca de 20 minutos, sendo que a história inteira não passa de 100 min. Uma ótima pedida para assistir de madrugada pouco antes de dormir, isto é, se você tem coragem.

Minha barba. Minha vida.