@Internet por Henrique Castilho

 

Quando tive minhas primeiras aulas de semiótica achei que ia sair do curso entendendo todos os filmes cabulosos, sacar todo tipo de poesia concreta e achar mensagens subliminares em logos de grandes redes de lanchonetes (parece que o vermelho dá fome e o amarelo deixa uma vontade incontrolável de McChicken). Besteira, semiótica não é isso. É tão difícil de ler Peirce que as pessoas não conseguem aceitar que semiótica pode ser simples. Existe semiótica em tudo, sim; mas nem tudo é semiótica – até David Lynch já admitiu que algumas de suas cenas não fazem sentido, são só ideias que ele teve e quis colocar no meio do filme que gravava.

 

 

O cabelo desarrumado demonstra a falta de linearidade de uma narrativa onde o imaginário e o real se blá blá blá blá

 

 

 

A semiótica tem um funcionamento simples. Por exemplo: queremos que o espectador desconfie que o copo que está sendo filmado está cheio de veneno e irá matar o mocinho, que será…. vamos ver… o Selton Mello (adoro ele). Podemos dar um zoom in bem devagar no copo, enquanto toca a trilha de Tubarão. Podemos intercalar com esse zoom um olhar lateral do José Wilker (ele tem uma cara de vilão, né?). Pronto. Não foi preciso colocar um narrador explicando que o copo tem veneno. Muito menos escrever “veneno” no copo. Os signos “zoom in”, “trilha do Tubarão” e “José Wilker” criam juntos o mesmo significado: cuidado com esse copo, Selton.

Isso não é só com o cinema. Pode funcionar pra qualquer tipo de arte, ou até em um anúncio. Funciona muito bem, inclusive, com plaquinhas de banheiro. E é por isso que fiz esse post, pra falar desse blog aqui, ó: http://toaletes.blogspot.com.br/. Como é inspirador para um publicitário ver que existe infinitas maneiras de se passar a mesma mensagem: homens mijam aqui, mulheres acolá.

 

 

Nosso twitter está dentro de um conceito interativo que queremos passar com um blog criado e alimentado por estudantes e para estudantes que vêm cr… Deixa quieto, segue aí: @NewronioESPM

 

Henrique passa as manhãs dos dias de semana na ESPM, as tardes dos fim de semana tocando música e as noites de terça vendo a Portuguesa no Canindé.