A importância da arte para uma construção de uma sociedade mais justa é historicamente indiscutível.

O recém-lançado livro “Brodagem” do jornalista Pedro de Luna aborda como as revoluções culturais, econômicas e tecnológicas impactaram a música no Brasil desde o final dos anos 80. Nesse post, quero falar sobre como a música e a sociedade, hoje, estão sendo impactadas pelas revoluções culturais, mais especificamente pela Geração Tombamento.

O conceito deriva do movimento negro e tem tanto a ver com atitude como com um estilo. Uma geração de pessoas que querem causar uma impressão por onde passam. Se é um movimento político ou estético, isso é um debate a parte. A questão aqui é o movimento que uma nova geração de artistas traz para quebrar os paradigmas de uma sociedade ainda predominantemente conservadora.

Essa geração, irmã caçula daqueles que foram conhecidos como a nova MPB, traz em suas performances a luta contra o racismo, machismo, qualquer forma de discriminação e dando voz ativa ao poder da mulher e ao universo queer.

Esses artistas têm conquistado seu espaço com uma velocidade impressionante. Ao meu ver, se beneficiam da tendência dos estilos alternativos (hipsters, yuccies, indie e etc). Alternativo não como moda, mas assim como o rock, quando surge como resistência a um modelo vigente.

Confira abaixo algumas dicas de artistas que tombam:

Liniker
Liniker é um exemplo dessa geração e que tem ganhado notoriedade na mídia. Em entrevista para a Folha, se descreve como “bicha, preta e pobre”. Fluindo entre o masculino e feminino, seu canal com apenas 3 singles, já acumula 44.472 inscritos.

 

Karol Conka
“Sociedade em choque eu vim pra incomodar. Aqui o santo é forte, é melhor se acostumar” é o que canta a curitibana de 29 anos na sua música “É o Poder”. Com um visual marcante, ela tem um discurso afiado que dá protagonismo à mulher.

 

As Bahias e a Cozinha Mineira
Como quem canta os males espanta, a banda usa da música para fazer oposição ao machismo e a homofobia.

 

Rico Dalassam
O rapper de 25 anos aborda o universo queer e é o único rapper abertamente gay da cena musical brasileira.

Texto de Victor Brandão

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