Um dos livros mais editados da literatura moderna, uma história que narra com genialidade a dificuldade em crescer e o fato da curiosidade humana ser essencial para qualquer tipo de vivência. Bom, “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll possui inúmeras características importantes, entretanto algumas se destacam e adicionam quesitos para o universo da leitura. Você já parou para pensar quantas versões de ilustrações existem para esse livro?

O psicodelismo da obra trabalha um poder de projeção gigantesco – seja pelos traços de Walt Disney ou de um ilustrador menos famoso, qualquer criança já foi impactada pelos elementos da história, conhecendo assim o intrigante País das Maravilhas e a sua capacidade de chamar a atenção do leitor.

Seguindo essa linha de pensamento, diversos artistas resolveram dar a sua contribuição para esse livro tão imaginativo. Salvador Dalí, mestre do surrealismo, realizou uma série de heliogravuras (técnica que mescla placas de metais, negativos fotográficos e tinta) para representar cada capítulo das aventuras vivenciadas pela protagonista. Acompanhe:

Além de artista, Dalí era um “marqueteiro” de primeira e como é possível observar nas imagens acima, soube resolver muito bem o problema de imagem proposto – as cores escolhidas, os traços que promovem perspectivas e as personagens se completam no espaço compositivo de forma progressiva. Repare como as ilustrações ficam mais “vivas” no decorrer dos capítulos e como seguem as confusões mentais de Alice.

A rainha das bolinhas Yayoi Kusama também doou parte do seu talento para ilustrar o enredo. Com seu estilo característico, a artista japonesa utilizou formas geométricas para dar vida ao projeto de Carroll. A ideia era de que as páginas se aproximassem de uma instalação de Kusama e de que as bolinhas simbolizassem a pequenez de Alice em um mundo gigantesco de descobertas. Louco, não?

Os cento e cinquenta anos de Alice já renderam artes incríveis e o melhor: dá para esperar muito mais vindo por aí se levarmos em conta o fato de que o livro inspira a vida real e um modo surreal de encarar as coisas.

Nome de rei, força de vontade de plebeu.