O que você faria se sua esposa morresse e, finalmente, você acordasse pra vida? Provavelmente não destruiria tudo o que tem, mas quem sabe. O novo filme de Jean-Marc Vallée fala exatamente sobre isso, a historia de um homem (Jake Gyllenhaal) jovem, bem-sucedido que após um acidente de carro perde a esposa. Esse trágico evento faz nosso protagonista, Davis Mitchell, perceber o quanto sua vida estava no “piloto-automático” e, seguindo o conselho de seu sogro, resolveu desmontar seu casamento pra entender o que houve de errado.
Apesar do começo trágico, o tema abordado por Vallée é muito atual e real (não a morte de esposos e esposas) principalmente nessa nova geração. Como dito em outro post(esse aqui) existe hoje em dia uma espécie de futilidade enxergada por nós mesmos nas nossas próprias ações, parece que perdemos o sentido de grandiosidade da vida e esse filme fala exatamente disso. Assim como Davis, a maioria de nós ligou o piloto automático; se duvida então pense sobre como você chegou ao trabalho/escola. Se a memória é borrada ou muito vaga não se preocupe, é normal e só mais uma prova de que isso pra você é automático.
Não vemos mais os pequenos detalhes nas coisas, nem mesmo os grandes, vemos apenas coisas. Por passarmos todo dia pelo mesmo caminho, pelas mesmas pessoas, etc… temos a tendência de deixar os detalhes e as próprias pessoas passarem batidas no nosso dia por que temos a certeza que as veremos no dia seguinte.
Mesmo tendo seus benefícios essa automatização de nossas ações diárias nos tira da realidade, nosso mundo se restringe a apenas nossa rotina. Acordar, tomar banho, enfrentar trânsito, sentar, mais trânsito, chegar em casa, comer, dormir; isso tem se tornado cada vez mais nossa vida e nosso mundo, uma vida a parte da realidade, é como se estivéssemos adormecidos esperando para acordar e normalmente quando acordamos e percebemos, é tarde demais. É como se estivéssemos numa matrix e todas essas mídias que brincam e nos mostram esse aspecto grandioso que a vida pode ter estão ai pra nos despertar.
E você já viveu hoje?
