O penúltimo dia da Roger Hatchuel Academy foi basicamente voltado para o briefing e para que os alunos da Roger Hatchuel conhecessem os ganhadores do Future Lions 2017, então só rolaram dois talks nesse dia.

A próxima etapa depois de ter a ideia pronta da quarta feira foi colocá-la a prova. Para isso a reduzimos a ideia a um twitte (lembra dois dias atrás do papo com o cara do twitter em que perfeição era quando não existe mais nada para tirar?), fizesse um cartaz com os 140 caracteres e saíssemos entrevistando um pessoal pelo festival, vendo o que rolava.

A nossa idea de trabalhar com crianças contando notícias funcionou até que bem, e boa parte das pessoas que a gente conversou gostaram. Eu particularmente não gosto muito da ideia, mas a experiência de trabalhar com esse grupo tão misto fez do job uma coisa bem legal.

Depois das ideias testadas, tivemos o primeiro palestrante do dia, que foi o diretor criativo da Adam&EveDDB, o Till Diestlel; Ele trabalhou durante boa parte da vida profissional em grandes agências da Alemanha, e tinha uma visão muito tech sobre fazer propaganda, daí que veio a vontade de se mudar para Londres, e entrar numa agência famosa pelo storytelling. Durante a conversa ele falou sobre carreira, sobre contar boas histórias e mostrou os últimos trabalhos em que ele esteve envolvido. Entre eles aqui tem alguns:

Para mim, a lição mais importante desse papo foi, não se emocione na tecnologia, porque ela não serve, sem uma boa ideia, e conte boas histórias, no fim do dia é contar histórias o que nos separa dos outros animais.

Depois do Till e de uma pausa de quase duas horas em que meu grupo mais conversou sobre a vida em diferentes lugares do mundo e produziu bem pouco, chegaram os Future Lions para mostrar seus trabalhos.

Para quem não sabe, a AKQA Londres vem produzindo o concurso à 12 anos e é o maior concurso de estudantes do mundo. Só esse ano foram 2100 envios de todos os cantos do mundo. Quem quiser ver os cases que ganharam eles já estão no site do concurso. O que eu achei legal é o fato que as duplas que ganharam eram todas de pós graduação, e já bem mais velhas que os alunos da Roger Hatchuel. Eu andava meio preocupado com não ter ido bem nesse prémio, mas depois de ver o que ganhou e conhecer o nível e a maturidade das duplas, eu consigo entender direitinho porque não rolou, e vou tentar de novo ano que vem.

Para fechar o dia o Emmanuel Andres deu a última palestra. Esse cara é uma lenda viva da propaganda, ele é o pai da matriz desruption da TBWA, e trabalhou com criativos do nível do Lee Clow. Na conversa ele trouxe 10 bons conselhos que ele havia escutado durante a nossa vida (a idade máxima da academia são 23 anos, então ele focou só nesse período da carreira dele). Tem três delas que eu gostei:

“It’s our idea” o que ele fala aqui é bem simples, enquanto a ideia for da equipe inteira, tudo corre bem, as pessoas se sentem parte ativa dos times, mas quando alguém resolve ser o dono da bola a cara da brincadeira muda. As pessoas não gostam, ficam irritadas, e provavelmente sua campanha vai ficar ruim ainda dentro da agência.

“Make the strategy creative” a ideia desse conselho é integrar os times, não adianta você usar o planejamento para justificar a criação, todo mundo tem que trabalhar junto de forma criativa.

“Don’t make the same mistake once”, seja persistente nas suas ideias, elas precisam ver a luz do sol mais de uma vez antes de se provarem erros.

Nesse dia foi basicamente isso, seguido de umas duas horas de trabalho no briefing, e um jantar no japonês com a classe toda. Na sexta cedo era a apresentação, então nessa noite eu fiquei tranquilo, e só tomei uma cerveja na beira da praia.

15672703_1294038727334326_2432296274751976186_nHenrique Sambi
Crio porque não confio em um mundo sem histórias. Nas redes sociais eu sou o @iquesambi

Os colunistas do Newronio são professores, alunos, profissionais do mercado ou qualquer um que tenha algo interessante para contar.