O que programação e arte têm em comum? Será que ambas são completamente distantes, como a organização de cursos de faculdade nos leva a crer?

A verdade é bem simples: não. Da mesma forma que alguns programadores encaram o seu trabalho como o de um artista, que utiliza ferramentas disponíveis para criar coisas que ninguém jamais viu ou pensou antes, artistas exploraram o uso de códigos de programação para produzir arte.

Seja arte digital, cujo suporte não sai da tela do computador, como é o caso dos GIFS, curta sucessão de imagens que, juntas, dão a sensação de um pequeno filme em loop. Seja em instalações que chamam à interação ou mesmo captam a presença dos usuários.

O Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, FILE, que acontece todo ano em São Paulo (aliás, está rolando até o dia 5 de outubro) é uma ótima oportunidade de ter contato com uma parcela da produção atual que mescla arte e tecnologia.

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Dentre as diversas atrações, destaque para a parceria com o Japan Media Arts, festival japonês de arte e mídia, e também para as intervenções pela Av. Paulista e nas estações de Metrô nela.

Grande parte das obras (ou projetos, como a Bienal desse ano sugere como boa palavra substituta) foi elaborada com uma linguagem de programação conhecida como Processing. Mais do que apenas uma linguagem de programação, a iniciativa se denomina também como plataforma de desenvolvimento e comunidade online.

Criada em 2001 por Casey Reas e Benjamin Fry, inicialmente como uma ferramenta simples para o aprendizado visual de programação, sua potencialidade para as artes foi logo percebida e explorada. A linguagem é também open-source, o que significa que seu código é aberto e pode ser debatido, atualizado e até mesmo transposto por praticamente qualquer um.

Aqui vai alguns exemplos de arte criada com o Processing:

Esculturas impressas em 3D, geradas pelo Processing.

O logotipo do MIT Media Lab utiliza um padrão fixo de elementos visuais, mas cada pessoa recebe uma configuração única, criada com algoritmos no Processing.

Animação criada a partir de informação gerada em Processing.

Minha barba. Minha vida.