Colaboração de Ramiro e Lanna, 25/11/2009 às 17h00

midia newronio espm

Acredito que poucos observadores das estruturas de comunicação conseguem  entender que as formas de veicular notícias não serão as mesmas em dez anos  (ou pelo menos a divisão da audiência on line e off line será diferente).

No século 20 os conceitos de audiência que nortearam os investimentos publicitários tiveram em suas métricas mais importantes -G.R.P.s e T.A.R.P.s- sua racionalidade econômica.

Mas elas tinham uma falha fundamental: não conseguiam avaliar o retorno sobre investimento (R.O.I). Com raras (e localizadas) exceções era possível avaliar o retorno de um investimento em uma mídia de massa.
Agora uma geração de nativos da internet (< 25 anos) começa a construir uma nova racionalidade e um novo modelo de negócios. Parece que o Broad (difusão, ampliação) está cada vez mais broad. O amplo está  cada vez mais capilar. Os  nativos da Internet esperaram  dez anos para que a internet se tornasse um veículo significativo de  comunicação de massa. Com o crescente das mídias sociais o usuário tem cada vez mais consciência de que pode ser criador de conteúdo.

Os nativos não tem interesse ou paciência em e engolir passivamente o que é imposto. Pode ir ao computador escrever sobre o que  gosta ou não em ver, ler ou ouvir.
Este é um movimento tão forte que em meados de 2009 um grande veículo (nacional) PROIBIU entre seus funcionários o uso do twitter. A proibição não durou duas semanas. Este veículo voltou atrás em sua decisão.

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Neste link sobre jovens empreendedores fica claro que esta geração de nativos irá atingir a direção dos rumos da mídia em 2020. É preciso compreender: Quem são e o que querem -estes nativos -pode trazer luz ao debate sobre os rumos da mídia.

Como será a mídia que eles irão gerar?

A busca de evidências empíricas que uma nova geração vai utilizar mais mídia on line em detrimento do off line já aparecem na pesquisa realizada pelo VOX POPULI no Brasil.

Em um estudo pelo Instituto Vox Populi, os entrevistados atribuíram notas de 1 a 10 para classificar a confiabilidade dos meios de comunicação. E a internet ocupa a segunda colocação, com média de 8,2.

Em primeiro lugar na credibilidade aparece o rádio, que recebeu nota média de 8,21. Já a TV (8,12), o jornal (7,99) e a revista (7,79), mídias mais tradicionais, aparecem em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente.

As redes sociais também já representam um número significativo para usuários obterem informações. Dos pesquisados, 2,7% responderam que preferem ver notícias em sites como o Twitter, Facebook e outras comunidades.

A pesquisa foi realizada com 2.500 pessoas no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Recife

Entretanto há um evento mais radical e atual que mostra uma tendência de comportamento na comunicação: O evento “loira da UNIBAN”.

 

 

Vejam os elementos de divulgação do evento:
1) Alunos da UNIBAN gravam pelo celular a agressão;
2) Os mesmos alunos colocam no YouTube estes vídeos;
3) No twitter o dono do blog “BOTECO SUJO” vê uma menção ao incidente em vídeo;
4) Surge no Blog “Boteco sujo” um texto de repúdio ao ocorrido com um link do youtube;
5) Re-twittam -> follow do Blog;
6) 5 DIAS após o incidente o vídeo no You tube atinge 200.000 visões;
7) Somente nesse momento a MÍDIA TRADICIONAL (off line) se interessa e destaca o assunto.
Depois disso todos sabem a rapidez e a proporção deste evento.
A pergunta: se não houvesse a mídia digital(em rede) o ocorrido atingiria esta proporção?
Seria mais um caso localizado de agressão em uma escola.
No séc 21 os atores são agentes anônimos da mídia on line.

A mídia off line corre atrás (e entra em crise).
Para pensar.

Lanna Morais Twitter @lannamorais

Jornalista e NATIVA da Internet

 

Prof. Ramiro Gonçalez twitter @ramirogoncalez

Mestre em ciências da Comunicação ECA – USP

Inteligência Mercado

 

@NewronioESPM!