Uma verdade ou apenas minha opinião, mas manicômios e a toda a sua estrutura sempre me deram um certo arrepio. Talvez seja por muitos filmes tratarem a loucura de uma maneira exagerada ou a própria arquitetura quase semelhante entre um local e outro, no entanto trabalhos como The Electric Pencil: Drawings from Inside State Hospital No. 3 nos faz pensar a cerca de toda a sanidade humana.

tumblr_o43d0xPgN41t3i99fo1_1280capa do livro

O ilustrador é James Edward Deeds Jr. e sua história é tão obscura e sombria quanto seus próprios desenhos. Declarado como mentalmente instável (ou louco mesmo) aos 28, Deeds passou toda a sua vida no Manicômio do Estado Nr. 3 (até o nome da medo). Porém, durante toda sua estadia no local, o paciente tinha o desejo de desenhar e muito.

3060117-inline-i-2-03-40-years-of-drawings-from-inside-a-state-lunatic-asylumo manicômio

Suas obras parecem refletir bastante seu cotidiano como paisagens e figuras que se parecem com outros pacientes e até mesmo médicos. Um aspecto bem diferente em seus desenhos é o fato que a maioria das pessoas estão usando roupas de uma época vitoriana na qual ele não fazia parte e também o tamanho e detalhes nos olhares. O questionamento que fica é: será que ele via todos ao seu redor assim?

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Até os animais que Lewis desenhava tinham um aspecto sombrio e que causa uma certa repulsa ao olhar, mas que são totalmente compreensíveis na perspectiva de quem é considerado mentalmente instável na época.

O nome do livro carrega o passado do artista também, Eletric Pencil remete aos inúmeros tratamentos de choque que Deeds levou durante sua estadia no manicômio e até algumas figuras que ele desenhava eram representações dos aparelhos utilizados.

Por muito tempo seu trabalho esteve no anonimato, pois ao falecer a família de Deeds se recusou a guardar seus desenhos e os jogou no lixo, mas graças a um vizinho, eles foram recolhidos, mas escondidos por cerca de 40 anos.

O livro serve como uma perfeita maneira de compreender o modo como a loucura era vista no passado através de um relato bastante sombrio e pessoal.

Ps: eu ainda continuo com medo

Com o pé na estrada e a cabeça na lua.