Columbine, Realengo, Sandy Hook, Virginia Tech, Port Arthur. A lista é grande e ainda há muito mais “nomes” de massacres no mundo, essas são histórias que nos chocam e entristecem, mas a realidade é que no fundo nós não nos importamos, nós esquecemos.

Os nomes das vítimas aparecem na tela juntamente com fotos suas em momentos felizes e logo em seguida temos a visão de corpos sendo levados ensacados e fotografias censuradas de corpos mutilados e desfigurados pelas balas ou, o que é até certo ponto mais perturbador, corpos aparentemente perfeitos a não ser por um único buraco de bala posto ali com uma precisão ilusoriamente cirúrgica. Nós somos afetados por isso mas de um modo líquido. James Franco fez um curta chamado Obituaries que trabalha justamente isso.

O vídeo mostra todo o contexto familiar e trajetória do atirador para que façamos uma razão de tudo o que aconteceu, mas diferentemente dos jornais há um foco nas vítimas mostrando quem são, o que faziam e o que queriam fazer. O curta mostra os sonhos e os problemas que cada um dos mortos enfrentaram, desde o encontro com dois viajantes que inspiraram uma garota a seguir seus passos até a infidelidade de um namorado preocupado. Além disso há também o foco na última coisa na mente de todas as pessoas envolvidas ali.

No final vê-se a reação do Franco ao ver o massacre na TV e é algo absurdamente familiar como ele diz que está triste porque deve estar, mas apesar disso não está chocado. Vivemos em um mundo onde o medo reina, devemos ter medo para mantermo-nos seguros e longe de riscos e para termos medo cria-se uma espécie de competição para ver quem nos mostra uma noticia mais crua e mais forte, porém isso acabou nos deixando meio anestesiado e a proposta foi um sucesso. O foco na vida e nos sonhos dos que morreram mostra para nós um lado mais humano e nos permite uma conexão muito maior com eles.

Ei! Você que ta ai lendo! Para de me stalkear!