Death Note é uma das maiores franquias japonesas na história, o mangá original já gerou o famoso anime, 4 filmes e uma mini-série live-action, diversos jogos e até mesmo um musical. Era questão de tempo uma adaptação americana, afinal não existe nada que Hollywood ame tanto quanto recriar obras estrangeiras. Mas no caso de animes, eu compreendo que adaptações sejam mais justificáveis e até positivas, já que existe uma mudança de meio, como também de público – contribuindo com a popularização de animes no ocidente.

Depois de Ghost in The Shell, agora chegou a vez de Death Note. Muitas das discussões são as mesmas sobre os 2 filmes, assim como criticaram Scarlett Johansson como a Major, a escolha de Lakeith Stanfield (ator negro) como L também gerou polêmica. O teaser lançado nessa semana também gerou várias discussões quanto a fidelidade e o estilo da adaptação.

Mas o que podemos esperar do novo Death Note afinal? Quanto a fidelidade ao enredo e tema, a premissa parece estar de acordo, contando a história de um jovem que encontra o caderno com poderes, depois entrando em um “jogo de xadrez” com o detetive L. Sobre o tom e estilo, parecem haver mais diferenças, a versão americana está com bastante toques do diretor Adam Wingard, principalmente de seu filme The Guestutilizando cores vibrantes e neon.

Obviamente temos muito pouco para julgar, apenas um teaser de 1 minuto, mas o que parece ter mais incomodado os fãs são os protagonistas Light e L – destacando a aparência de ambos. Ao meu ver, isso não vem ao caso, já que com a mudança de país também haveriam alterações culturais – algo que pode implicar no figurino, por exemplo. O que realmente seria uma falha é uma mudança nas personalidades deles, essencial para as dinâmicas entre os 2 no original.

Lakeith Stanfield and Nat Wolff in the Netflix Original Film "Death Note"A imagem mais recente apresenta a marca registrada de L pelo menos.

Quanto a produção do filme, temos o diretor Adam Wingard conhecido por filmes de terror/suspense como Você é o próximo e o novo Bruxa de Blair. A sua habilidade em criar mistério e tensão, além de desenvolver relações entre personagens de forma natural é mais aparente em The Guest, me parecendo um acerto para esse remake. Infelizmente, o mesmo esforço não foi feito na escolha dos roteiristas, com créditos para 3 escritores inexperientes que participaram de Imortais e o novo Quarteto Fantástico.

Agora para o mais polêmico: o elenco. Nat Wolff é uma das escolhas mais duvidosas, apesar de ser um bom ator e aparentar fisicamente com o Light, ele também não tem quase nenhuma experiência em filmes de suspense ou terror, com muitas comédias, dramas e romances em seu currículo. Enquanto isso, a escolha de Lakeith é polêmica pelos motivos contrários, alguns ficaram indignados com um L negro, mas ele é capaz de fazer personagens excêntricos, como demonstrou em Atlanta, além de ter participado do aclamado terror Get Out. O maior acerto do casting parece ter sido Willem Dafoe para o papel de Ryuk, o ator é experiente e possui uma voz perfeita para o personagem.

Por fim, o que nos resta é aguardar mais trailers para poder julgar com mais precisão, mas por enquanto temos tanto aspectos positivos quanto negativos que podem criar esperança ou medo aos fãs. Dependendo do ponto de vista também podemos diferir em opiniões, analisando o filme como uma adaptação não só de um meio diferente, como também de uma cultura completamente oposta.

O filme deve sair dia 25 de agosto na Netflix.

 

Viciado em games, viciado em futebol, viciado em cinema, viciado em séries e viciado em drogas pesadas: leite, glúten e anime.