Você acha que seu pescoço merece uma peça produzida na Escócia, com lã de cabra, escovada por plantas européias, lavadas nas águas frescas da Escócia e finalizadas a mão? Pois a marca inglesa Burberry acha.

Com o intuito de lançar a nova linha de lenços e cachecóis personalizados chamada “The Burberry Scarf Bar”, a marca lançou um filme mostrando o processo da produção dos seus famosos acessórios de pescoço.

Sabendo como ninguém como agregar valor ao seu produto, a Burberry ingressa no mercado limitado dos produtos personalizados que foge da produção de massa, para assim, ter um preço elevado e incorporar um público alvo restrito.

A dupla de acessórios de caxemira (lã de cabra da Caxemira, fronteira da Índia com o Paquistão) está disponível em 30 cores, com o monograma de até 3 letras com 30 opções de cores de linhas e 2 fontes. Para adquirir a peça mais simples dessa coleção, terá que ser desembolsado 2.200 reais no caso de cachecóis e 3.200 nos lenços, sendo que 300 reais desse valor é destinado a produção do monograma.

burberry scarf

Sintetizando a forma mais pura do materialismo, um acessório de pescoço que pode chegar a 4 mil reais nos confirma uma cultura em prol do supérfluo e a desumanização que existe em volta do consumismo. Estudos confirmam que quanto mais as pessoas se organizam em torno do materialismo, maiores são os seus níveis de infelicidade, depressão, ansiedade, insegurança e menor é sua sociabilidade e preocupação com valores intrínsecos como família, amigos e natureza.

Partindo do princípio do “More of what matters”, o Center for a new American Dream produziu  juntamente com Tim Kasser um vídeo chamado “O alto preço do materialismo” que nos mostra exatamente como a humanidade está mergulhada nesse mundo capitalista e como a grande massa organiza sua vida como se “Uma vida de bem, pode ser alcançada com uma vida de bens”.

Com uma essência crítica e criativa, a Big Lazy Robot  produziu o filme “Idiots” que também faz um alerta sobre a sociedade materialista, cega e alienada que se perde no que chamamos de “evolução”.

 

Um velho em corpo de menino que usa as palavras como escada dos seus sonhos.