Sinapse por Mariana Carvalho

Há semanas comentava-se sobre a campanha da Hope com a modelo Gisele Bundchen (foi feito o maior alvoroço e a propaganda da musa foi banida do ar); algumas semanas antes, o filme da Nissan (com os pôneis malditos) também foi banida! Agora, o não menos esperado aconteceu: a propaganda mais recente da Benetton (fotomontagens – como você vê na imagem acima) vai ser processada judicialmente pelo Vaticano. Toda a polêmica é mais que óbvia, uma vez que a marca é conhecida mundialmente por suas campanhas provocativas e críticas à sociedade e aos seus valores.

Já era de se esperar esse tumulto entre os católicos mais fervorosos (uma outra propaganda da Benetton, como a abaixo, já havia tirado o sossego do Vaticano).

Pois é, mas o mundo tá ficando chato. Todo tipo de arte é crítica, e não seria diferente com a propaganda (essa nossa paixão incontestável)!

Uma mulher aparece de lingerie na televisão e o orgão das mulheres-unidas-jamais-serão-vencidas quer banir a propaganda. Tanto tempo lutando pela igualdade de direitos e isso. Assim, parece até um retrocesso. Líderes mundiais se beijando, como total crítica à sociedade, apelo à igualdade dos direitos humanos e um basta à intolerância (Unhate), e uma repreensão enorme surgindo, seja da Igreja, seja de pessoas que se sentiram ofendidas. Vale o bom e velho conselho: ignora que para, pra que dar audiência!? E é exatamente isso que a Benetton quer – e está conseguindo. A propaganda, coitada, sempre a culpada, apenas faz o papel dela: transmite uma mensagem que provoca estranhamento e desconforto, que faz toda uma sociedade parar pra (re)pensar em valores morais.

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