Fotografias se tornaram uma das coisas mais comuns para nós hoje em dia. Basta tirarmos o celular do bolso e temos uma, duas, dez fotos no mesmo instante. Quase tudo da nossa vida pode ser documentado dessa maneira.

Mas houve uma época em que as coisas não eram bem assim. Uma única foto demorava vários minutos simplesmente para ser tirada. Aliás, no começo quase não era possível fotografar gente, já que era preciso um longo período sem nem um único movimento para aparecer na foto.

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Essa é uma fotografia de Louis Daguerre, responsável pela popularização da fotografia. Esta paisagem é tida como o primeira fotografia de um ser humano da história.

Vê aquela sombra com a perna levantada no canto inferior esquerdo? Alguém parou provavelmente para engraxar os sapatos e ficou imóvel tempo suficiente para que o processo luminoso o captasse. É interessante pensar que essa foto foi tirada provavelmente em um horário de grande movimento, e mesmo assim (e também por isso mesmo)não há mais nenhuma pessoa na foto.

Essas fotografias, além de serem uma linguagem nova e que pautou toda a cultura visual desde seu advento, possuem características estéticas únicas e bastante identificáveis. Muitos artistas e fotógrafos procuram recriar esse formato, há diversos apps de efeitos que “envelhecem” fotos.

Mas como seria se uma dessas máquinas fotográficas iniciais fosse usada nos dias de hoje? Foi essa a ideia do fotógrafo John Keys, que utilizou a técnica de colóide úmido (uma emulsão fotossensível sobre placas de vidro), de mais de 130 anos, para retratar a Londres dos dias de hoje.

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Quase todas essas fotos, à primeira vista, são imediatamente relacionadas à tempos há muito passados quando, na verdade, são bastante atuais. É interessante notar como essa linguagem se tornou tão forte que dita nosso imaginário daquela época.

Não é curioso que quando pensamos em momentos de meados do século XIX, temos a tendência a recriá-los com essa mesma estética em nossa cabeça?

 

Minha barba. Minha vida.