Nada mais esperado na temporada de festivais do que reclamações inúmeras após o lançamento do line-up deles. Minutos depois, a internet já está repleta de críticos comparando tamanhos de fontes, incomodados com as mais diversas escolhas.

Embora gerem questões diversas, como o motivo da banda “x” não ter sido selecionada, ou a “y” estar tão pequena que parece teste de um oculista, os posters de festivais são termômetros para a situação da indústria musical, bem como seus maiores atos, os que mais trabalham e a homogeneidade da temporada em geral.

A Pitchfork, então, decidiu fazer as contas que regem a temporada de festivais nos Estados Unidos e Canadá, tratando de 23 festivais de diferentes gêneros e os quase 1,000 atos deles.

O tamanho das fontes em posters de festivais criam uma hierarquia entre os atos, que podem aparecer sozinhos em uma linha, ou ter de dividi-la com mais de dez músicos. A publicação criou um sistema de pontos baseado na localização e tamanho nos line-ups. O Bonnaroo de 2017, por exemplo, teve U2 como headliner e 100 atos no total, então a banda recebeu 100 pontos, seguidos por Red Hot Chilli Peppers com 99 e assim por diante.

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No entanto, mais de uma variável ajuda na definição dos “vencedores” dos festivais. Enquanto a escala CLOUT depende da localização de cada um dos atos nos posters de seus festivais, com maior peso para festivais mais populares; a escala OMNI depende da quantidade de festivais nos quais certa banda toca, só depois considerando seu destaque em cada poster.

O ranking dado pela escala SCOUT é, inevitavelmente, dominado pelos atos de festivais como Lollapalooza ou Coachella, enquanto os que partem da escala OMNI, contam com os artistas mais presentes na cena dos festivais em determinado ano.

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As bandas no topo dos rankings OMNI são os que mais geram queixas. Com tantas bandas repetidas nos diversos festivais, a questão torna-se “Qual o festival mais único?”.

Ser “único”, de toda forma, não significa ser mais apreciado. Os festivais que têm menos bandas em comum com os demais, acabam sendo os menores, com menos audiências e palcos.

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Foram calculados então, a quantidade de bandas que não aparecem apenas em cada um dos festivais, assim possibilitando a visualização dos mais e menos “únicos”, assim como a manutenção, ou não, desse dado em 2016 e 2017.

No Brasil, temos como exemplos Lollapalooza com Metallica e Rock in Rio com Lady Gaga que, buscando maior quantidade de gêneros em seus line-ups, perdem suas características e fãs iniciais, recebem diversas contestações e mostram que as vezes faz mais sentido se manter na tradição.

De grão em grão, tanto bate até que fura.