Não podemos negar que há um certo estereótipo que circunda o curso de Publicidade e Propaganda, não é? Aqueles que prestam cursos super valorizados pelos brasileiros, como Medicina, Engenharia e Direito, normalmente julgam esse como “fácil”, e por isso é também mais “divertido”. Porém, como diz o Marketing: depende! A facilidade de estudar qualquer curso varia de acordo com o aluno e faculdade, assim como a diversão. Se você é um bom aluno, estudioso e atualizado, comparado aos alunos que não são, provavelmente haverá maior facilidade para você ser aprovado que para os outros. E cursos divertidos não são somente aqueles denominados “fáceis”. Talvez estes o sejam por terem, simplesmente, maior afinidade com as pessoas. Mas, Publicidade e Propaganda não é fácil. Pelo menos não no mercado de trabalho.

É muito difícil você obter reconhecimento por seus feitos nesse ramo extremamente competitivo. Não é qualquer um que se torna Diretor de Arte, por exemplo, em uma agência de grande expressão de uma hora pra outra. Publicidade não é apenas somar a imagem do produto a uma frase de impacto. Há muito mais complexidade.

Devido a essa dificuldade, todo aluno recém aprovado nesse curso já começa a sonhar em ser um grande publicitário, autor de grandes anúncios, comerciais, campanhas, ações e etc, reconhecidas pelo mundo todo. Ao fazer isso, o cérebro do aluno começa a viajar por grandes nomes não só de publicitários, mas também de agências e empresas. E, com certeza, na memória de quem realmente quer ser um grande profissional, dois nomes devem estar gravados: Petit e DPZ.

Petit, antes de fundar a DPZ, trabalhou na JTW e McCann Erikson. Foi criador de grandes marcas, como Itaú, Sadia e Gol Transportes Aéreos, além de também ter participado na criação do personagem da Bombril com Olivetto. Marcas e ideias que qualquer um gostaria de ser autores. Publicitário e pintor, juntamente à outros dois grandes nomes da Publicidade, Roberto Duailib e José Zaragoza, fundou a agência DPZ, uma das mais importantes agências do país por ser o “ponto de partida” da moderna propaganda brasileira, responsável pela movida criativa que estabeleceu o Brasil no primeiro mundo da criação publicitaria.

(Agência DPZ - Duailib, Petit e Zara)

(Agência DPZ – Duailib, Petit e Zara)

Porém, hoje é um triste dia para o mundo publicitário. O catalão naturalizado brasileiro, Francesc Petit Reig, faleceu com 79 anos, devido a um câncer descoberto há um ano.

Petit foi mais que apenas um publicitário. É um exemplo. Mesmo com um mercado tão competitivo e com toda a dificuldade que engloba esse mundo, ele conseguiu deixar seu legado e sua marca, os quais não só os estudantes do curso “fácil” e “divertido”, mas também todos os brasileiros deveriam reverenciar e agradecer. É óbvio que futuramente, teremos novos grandes publicitários que se juntarão aos “consagrados”, com grandes anúncios e comerciais, com ideias geniais. Mas, por enquanto, obrigado, Petit.
Vá em paz.

Antes, era apenas mais um garotinho, do interior de SP, com uma cabeça desproporcional ao corpo. Agora, um estudante de Publicidade e Propaganda da ESPM.