A vaidade sempre se mostrou uma preocupação no decorrer da história. No Egito, já foram encontradas múmias usando aparelho dentário para melhorar estética do sorriso.
Na Idade Antiga, a beleza estava em aspectos físicos que demonstravam saúde e força, em tempos de guerra, instabilidade e epidemias. Na Era Vitoriana, os espartilhos, que agora mais se assemelham a instrumentos de tortura, causavam problemas respiratórios e falência de órgãos em mulheres que almejavam o corpo perfeito. Pois é, a autoflagelação em nome da beleza não é uma coisa recente.
Os tempos mudaram, porém, a ideia de beleza exibida nos meios de comunicação continua rígida, inatingível e quase surreal para a maior parte da população. Se abrirmos uma revista de moda ou assistirmos a um desfile, por exemplo, nos deparamos com corpos esqueléticos e roupas que cairiam como uma luva em qualquer… cadáver.
“Essas fotos não são reais. Elas são construções de maquiadores, cabelereiros, fotógrafos, estilistas, pré-produção, pós-produção. Eles construíram isso, não sou eu”, diz a modelo e palestrante Cameron Russell. Ela também diz que ganhou na loteria das aparências, tendo hoje, a maioria dos atributos físicos que a fizeram uma modelo, porém, se tivesse nascido há cem anos, atrairia olhares, mas não de admiração.
Vídeos ironizando o poder transformador de programas de edição de imagem e paródias em relação à beleza real vs. beleza digital são abundantes, expõem os módulos do inatingível e revelam o maior segredo dos padrões estéticos atuais: ter um bom diretor de arte.
O BuzzFeed, que mais recentemente entrou na onda da conscientização sobre tais fantasias, lançou um vídeo no qual mulheres comuns se deparam com sua transformação, muito semelhante à mesma descrita por Russel, veterana do mundo da moda.
O final foi o esperado: corpos mais magros, rostos mais jovens, cabelos mais brilhantes. O que resultou, ironicamente, numa subtração de personalidade e realismo, fazendo as participantes exporem: “Não sobrou muito do que realmente somos…”.
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