De modo frequente ouço a pergunta “por onde eu começo?” Vejo que nesta hora, surgem ideias, nomes, pessoas, as coisas aumentam de tamanho e o ideal engole a operacionalização do networking. Parece difícil. E só nos lembramos disto quando estamos em alguma situação complicada no trabalho e queremos (ou precisamos) mudar. Compartilho então alguns aprendizados:

1) O primeiro passo é literalmente pegar sua agenda (física, do celular ou do computador) e fazer uma boa lista de contatos que você já possui. Aposto que você vai se surpreender com a quantidade (não qualidade) de contatos.

2) Depois, distribua os nomes em três colunas: contatos muito próximos, contatos sem proximidade e conhecidos. Não se esqueça de anotar a empresa em que seus contatos trabalham e quando foi a última vez que vocês se falaram ou se encontraram (se lembrar).

3) Nesta etapa, você terá que estabelecer uma forma consistente de se relacionar com seus contatos. Algo factível. Cuidado com a megalomania. Melhor poucos e bons do que nada.

· Pense que os muito amigos (cuja lista pode ser a menor) não significam um problema, pois você deve ter acesso mais fácil com eles. Portanto, cabe com certa frequência, uma ligação, uma curtida no Facebook, um e-mail, um almoço ou um happy-hour. Defina, então, quantas pessoas desta lista você vai se comprometer a contatar toda a semana (isso não quer dizer que vai ligar para os mesmos semanalmente!).

· Quanto aos contatos sem proximidade, o caminho é mais delicado pois não existe a intimidade. Mas nada que pertinência e relevância não resolvam. Por exemplo, fique ligado em notícias de mercado que podem interessar a eles (logo, esteja antenado sempre, leia publicações da sua área profissional e procure coisas interessantes no amigo Google). Quando descobrir algo, envie um e-mail dizendo que aquela informação fêz você se lembrar dele – é simpático e gostoso ser lembrado. Quando sentir espaço, convide para um café ou um almoço. Outra fonte de contatos com estes contatos são seus amigos. Peça a eles para fazer pontes quem eles conhecem e, você, não.

· Não fuja de eventos sociais onde exista a possibilidade de encontrar contatos sem proximidade e conhecidos – não precisa ficar a noite toda, basta participar de parte do evento e sair à francesa. Ver e ser visto em locais relevantes é uma regra de ouro, assim como saber a hora de sair. Evite o álcool, que definitivamente não combina com a ansiedade.

· Outra possibilidade é a de periodicamente convidar contatos para almoçar. Parta do princípio que eles têm o mesmo problema que você: precisam contatar gente de mercado e não têm tempo para fazer isto como gostariam. Logo, um restaurante agradável, somado a um almoço delimitado pelo retorno ao trabalho, mais quatro ou cinco pessoas que vão exercitar o convívio social = uma química forte. Além de tudo, você será o agente desta ação, alguém que ajudou o grupo a se conhecer. Se quiser seguir nesta direção, junte pessoas com alguma afinidade. Já no convite, informe que você está convidando (não pagando) para um almoço alguns amigos que acreditam que tem algo em comum e que você quer exercitar o networking. Jogo claro.

Boa sorte! Ou melhor, boa agenda.

 

foto-paulo-cunhaPaulo Cunha
Experiência profissional como: publicitário em agências de propaganda (22 anos), docente (15 anos) e psicanalista (dois anos). Doutorando em Comunicação pela ESPM-SP. Formação em Psicanálise pelo CEP (Centro de Estudos Psicanalíticos). Mestre em Comunicação. Especialização em: Formação de Professores para o Ensino Superior em Marketing. Graduação em Comunicação Social. Áreas de pesquisa: pensamento estratégico, comportamento humano e cinema. Autor do livro “O cinema musical norte-americano – história, gênero e estratégias da indústria do entretenimento” e Coordenador do curso de Comunicação Social da ESPM/SP.

Os colunistas do Newronio são professores, alunos, profissionais do mercado ou qualquer um que tenha algo interessante para contar.