Sinapse por Marília Matai, 14/10/2009

 

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Antes eu me via sem gastar dinheiro com outras milhões de coisas pra comprar um cd de uma banda que eu gostasse, não só para prestigiar todas as músicas que se completavam naquele compilado artístico, mas também para ter prazer em folhear o encarte, decorar as letras das músicas e guardar tudo aquilo comigo.

Poucos anos depois, vejo que esse valor se perdeu, e não foi só pra mim, foi para todos, e isso nem é culpa do nosso MP3 ou dos nossos mini hardwares chamados de pen drive, dos quais podemos utilizar para copiar qualquer conteúdo, seja musical ou não. Mas por toda a velocidade da indústria da música com que lançam novos artistas todos os dias, e como o fã já não é mais um discípulo de bandas que quer comprar tudo desses artistas e ter todos os seus cds.

Ainda hoje me deparo com uma banda com pouco mais de 20 anos, Radiohead, que agora pensa em lançar hits ao invés de cds, parece que não existe mais aquele isolamento do artista que antes estava lá tentando filtrar o melhor de si para transformar aquilo em alguma coisa com subjetividade musical aliada a sua criatividade.

Ha também aquele desinteresse do consumidor, pra que comprar um cd de 30 reais se vou acabar gostando de 3 músicas? E também aquela frustração do artista em trabalhar tanto em cima de um projeto e ver ele semeado pela internet para qualquer um baixar suas músicas sempre de forma gratuíta.

 

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Ter acesso a músicas grátis ficou banal. Qualquer um, por menos que entenda de internet, pesquisa e software consegue baixar uma música gratis de maneira ilegal de alguns sites, seja do Blip fm, Last fm, You Tube, MySpace…enfim há uma lista de sites para isso.

A música entra na era digital, muda o comportamento dos fãs e consumidores, transforma o pensamento das bandas e artistas de como se portar diante a tudo isso. E até os famosos softwares de dowload de músicas gratuítas como o Kazaa e o Pirate Bay revêem suas vidinhas, e já estão pensando em cobrar pelo serviço como o Napster já faz há muito tempo.

Mas aí surgem outros sites com músicas, novos softwares. E o tempo vai passar mais, e parece que nem que eles tentem controlar o dowload de músicas eles vão conseguir. Esse é talvez o futuro da música na era digital?

Para isso uma boa alternativa de todas as bandas e artistas seria utilizar da internet para se promover, divulgar seus trabalhos em sites como uma página no MySpace, um canal no Youtube, um profile no Twitter, Orkut e Facebook e dessa maneira se alto promoveriam e até mesmo, além de mostrar seus trabalhos, projetos, fotos e agenda de shows, poderiam encaminhar ao fã uma maneira de comprar suas músicas ou cd pela internet de maneira fácil, encaminhando o fã para um link.

Para outros artistas, como o Skank, a música na era digital não é um monstro tão terrível assim, os caras até ganharam este ano o prêmio Multishow de Iniciativa de Mercado para a melhor ação de distribuição e divulgação de música em novas mídias, eles inovaram e  criaram uma webrádio em seu site oficial, que em 2009 ganhou um aplicativo para iPhone, transmitiu shows via streaming para celular, e permitiu a escolha via SMS da música do bis em seus shows. Além do mais, tem aquele vídeo onde o próprio Samuel Rosa ensina os fãs a tocarem a sua música,se você ainda não viu, confira aí.

 

 

Enfim, mesmo a era digital vindo modernizar e melhorar a vida dos músicos, é preciso saber bem como dançar essa música.

 

Twitter @mmatai @NewronioESPM