Sinapse por Pedro Hutsch Balboni, 24/04/2009 às 17:40.

napster logo Newronio ESPMFalar da indústria da música é cada vez mais complicado. O cenário antes muito bem definido com gravadoras dominando o mercado está com seus dias contados. Pode-se culpar novamente a internet? Não inteiramente, como sempre, mas pode (abster-me-ei de números, mas veja alguns aqui). A dinâmica nesse mercado mudou drasticamente com a facilidade proporcionada pela rede virtual, e nem mesmo prender os criadores do Napster, software pioneiro para o compartilhamento gratuito de músicas, foi o suficiente para barrar o anseio por liberdade dos internautas. (Falando nisso, ouvi dizer que os criadores do Pirate Bay também foram condenados à prisão. Em protesto, surge o Pirate Google, provando que arquivos torrents podem ser encontrados em praticamente todo lugar).

 

o teatro magico Newronio ESPM

 

É preciso um novo modelo de negócios para esse novo ambiente. Os artistas passam a usá-lo para divulgar seu trabalho em comunidades virtuais especializadas como o My Space enquanto os consumidores viram DJs com o Blip. Há uma infinidade de maneiras para divugar e ouvir musicas na rede. Algumas gravadoras já estão se adaptando melhor a esse ambiente, como é o caso da Trama Virtual. Há o caso também de bandas que conseguem usar essa maleabilidade toda a seu favor, ao invés de lutar contra a corrente. Além do famoso Arctic Monkeys e do recente sucesso do Radiohead ao disponibilizar seu último álbum para download pela quantia que o fã estivesse disposto a pagar (obtendo ótimos resultados), temos no Brasil o caso do Teatro Mágico, um grupo musical/teatral/circense/poético que defende a arte independente, isto é, a sua não submissão a gravadoras que exploram os artistas e ficam com quase todo o lucro (em alguns shows, há a célebre paródia “contra burguês, baixe mp3”).

Uma forma diferente de se pensar esse mercado foi proposto em um Projeto de Graduação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) na modalidade “empreendedor”, o Projeto AUT. Nele, o grupo propôs a criação de um portal onde as pessoas pediriam qual show querem assistir, onde e quando o querem, e quando houvesse uma cota suficiente de pedidos para bancar o show, ele seria realizado (num esquema um pouco “bolsa de valores”). Assim, novamente, há cada vez mais a possibilidade de atender necessidades de nichos antes totalmente esquecidos pelos investidores.

 


Toda essa manifestação forte da internet no mundo da música coloca em risco a mídia física. O blue Ray, por exemplo, apontado como substituto para o DVD, já encontra inúmeras dificuldades para ser lançado.

 

espelho gato leao Newronio ESPM

 

Esse movimento do material para o digital torna-se cada vez mais claro. Transações bancárias, livros, jornais, vídeos, continuar enumerando seria loucura. Quando estávamos na transição do analógico para o digital essa mudança passou quase despercebida, pois eram detalhes técnicos; mas agora são aspectos diretamente ligados ao nosso modo de viver que estão em mudança.

Sinapse por Pedro Hutsch Balboni, 24/04/2009 às 17:40.

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